quarta-feira, 5 de junho de 2013

AUTISMO/CÉLULAS TRONCO - Pesquisadora utiliza células de polpa de dente de autistas em pesquisa no Brasil

Projeto visa entender autismo a partir de dentes de leite

"A Fada do Dente" estuda neurônios de crianças autistas a partir da reprogramação de células da polpa dentária

Pessoa com autismo
(imagem da matéria - um homem, supostamente com autismo, trabalha com partes de contas perfuradas de cores diferentes e separa par a construção de um colar - de cores predominantes o amarelo, o vinho , o marrom e o laranja)

São Paulo - O Projeto A Fada do Dente, desenvolvido pela bióloga Patrícia Beltrão Braga e sua equipe, em parceria com o professor Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, arrecada dentes de leite de crianças com autismo. Com as células da polpa do dente, a pesquisadora realiza uma reprogramação celular, transformando-as em células-tronco que são diferenciadas em neurônios. 
Esse processo permitiu identificar diferenças biológicas nos neurônios com autismo, estudar seu funcionamento e até mesmo testar drogas. O projeto tem como sede a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP e recebe dentes de crianças de todo Brasil.
A pesquisadora passou o ano de 2008 em contato com Muotri aprendendo a técnica de reprogramação celular desenvolvida pelo médico japonês Shinya Yamanaka, vencedor do prêmio Nobel de medicina de 2012. Yamanaka conseguiu desenvolver um método para reprogramar uma célula já adulta (no caso células da pele), transformando-a em uma célula-tronco semelhante às embrionárias, ou seja, as células maduras são rejuvenecidas até a fase correspondente a 6 ou 7 dias após a fecundação do óvulo com o espermatozoide.
O projeto A Fada do Dente teve início em 2009, após as tentativas de aplicação do método terem sido bem-sucedidas aqui no Brasil. Patrícia escolheu as células da polpa do dente por ter familiaridade no trabalho com elas e pela facilidade de obtenção.
 Outros procedimentos para recolhimento de neurônios — como métodos de receptação após o óbito, por células sanguíneas ou até mesmo estudos com modelos animais — não garantem neurônios funcionais ou com a carga genética de um paciente, mas o método da reprogramação permite.
O estudo das características dos neurônios permitiu identificar diferenças morfológicas nessas células das crianças autistas quando comparadas com as mesmas células de uma criança não autista. “Esses estudos permitem que se entenda mais sobre a biologia da doença”, explica Patrícia.
Como os neurônios estão em placas é possível também fazer experimentação com fármacos em busca de alterações nessas diferenças morfológicas, visando uma recuperação. Os testes ainda estão no início, mas já constituem um avanço em comparação com o que se descobriu nos últimos 20 anos.
LEIA TAMBÉM SOBRE AUTISMO NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET - 

O AUTISMO NÃO É APENAS UMA DOENÇA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/06/o-autismo-nao-e-apenas-uma-doenca.html

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