sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

RACISMO/LEGISLAÇÃO - Nova lei Anti racismos mais severa é proposta na Câmara Federal

Casos recentes de racismo levam a defesa de lei mais severa para punir preconceito

Projeto que revoga a atual Lei Antirracismo para estabelecer regras mais duras está pronto para votação no Plenário da Câmara dos Deputados

Ator negro permanece preso por duas semanas no Rio de Janeiro após ser acusado erroneamente de roubo. Manicure negra em Brasília é ofendida por cliente que se recusa a ser atendida por ela. Cobradora de ônibus negra é xingada na capital federal. São casos recentes de racismo que viraram manchete e reacenderam a discussão sobre a legislação brasileira a respeito do tema.
Há 25 anos, o País definiu o crime de racismo, indicado na Constituição, como inafiançável e imprescritível (Lei 7.716/89). Ao longo dos anos, a norma passou por modificações, ampliando as possibilidades de enquadramento na prática criminosa, caracterizada, por exemplo, pelo impedimento de acesso de alguém a algum serviço ou estabelecimento ou, ainda, pela incitação à discriminação por raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Na Câmara dos Deputados, está pronta para votação em Plenário proposta que pretende instituir uma nova lei contra o racismo e outros casos de preconceito, mais severa (PL6418/05 e apensados). Pelo relatório do deputado Henrique Afonso (PV-AC) aprovado em dezembro de 2013 pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ficaria revogado também artigo do Código Penal sobre injúria racial, cuja prática, diferentemente do crime de racismo, não é inafiançável e imprescritível.
A ideia é que tanto a injúria quanto a apologia ao racismo passem a ser enquadradas como discriminação resultante de preconceito de raça, cor, religião, sexo, aparência, condição social, descendência, origem nacional ou étnica, idade ou condição de pessoa com deficiência. A pena é de reclusão de um a três anos, passível de acréscimo de um terço.
Para Henrique Afonso, a lei atual não atingiu a eficácia esperada. Opinião compartilhada pelo presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous. "A lei atual foi uma grande conquista na época em que foi editada. Pela primeira vez, aprovou-se uma lei que reprovava a prática de atos racistas. Infelizmente, as manifestações de racismo – inclusive manifestações acirradas – recrudesceram ao longo desses anos ao invés de diminuírem. De forma que a constatação é de que a lei não atende mais aos reclamos de uma reprimenda mais forte a manifestações racistas", ressalta.
Postura firme
O coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, deputado Luiz Alberto (PT-BA), não vê, contudo, necessidade de mudança da lei, mas, sim, de postura nas instituições brasileiras. "Esse conjunto de eventos que vem ocorrendo no Brasil demonstra que a legislação só precisa ser aplicada conforme foi aprovada. Por exemplo: para um preso em flagrante delito por crime de racismo, não cabe fiança. É imprescritível. É inafiançável. Mas o juiz trata de outra maneira, concede fiança, abre outro tipo de ação penal. Portanto, destoa do objetivo da legislação atual."
Luiz Alberto argumenta que o sistema racial brasileiro é de tal forma complexo que o próprio Estado, muitas vezes, estimula práticas racistas, ao invés de coibi-las.

Íntegra da proposta:

  • PL-6418/2005  (Reportagem – Ana Raquel Macedo   Edição – Marcos Rossi)
  • FONTE - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITO-E-JUSTICA/463024-CASOS-RECENTES-DE-RACISMO-LEVAM-A-DEFESA-DE-LEI-MAIS-SEVERA-PARA-PUNIR-PRECONCEITO.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
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    RAÇA, RACISMO E IDEOLOGIA: ZUMBI ERA UM VÂNDALO, UM BLACK O QUÊ? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/11/raca-racismo-e-ideologia-zumbi-era-um.html

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

AUTISMOS/PESQUISAS- Cientistas descobrem mecanismo genético que causa a SÍNDROME DO X-FRÁGIL

Descoberto “gatilho” da forma mais comum de atraso mental e autismo

É uma interação anômala e totalmente inédita entre dois tipos de material genético que provoca a síndrome do X frágil. E essa interação talvez possa um dia vir a ser travada com medicamentos.
(imagem - foto colorida de um jovem, um menino, com a mão cobrindo o rosto, com uma parte de uma roda de cadeira de rodas à direita, e uma moça lendo ao fundo, desfocada, fotografia da matéria, com a legenda: A síndrome do X frágil é uma doença genética que afeta cerca de um rapaz em 4000 JIM YOUNG/REUTERS)

Cientistas nos EUA descobriram o mecanismo que, nas primeiras fases do desenvolvimento fetal humano, provoca a síndrome do X frágil ao “desligar” um único gene. Os seus resultados, que também mostram que é possível travar esse “silenciamento” genético in vitro com um composto químico – o que, segundo eles, poderá abrir a via ao tratamento desta e de outras doenças – são publicados na revista Science com data desta sexta-feira.

A síndrome do X frágil é a causa genética mais frequente de atraso mental hereditário e de autismo (é responsável por 5% dos casos de autismo). Surge quando um gene, chamado FMR1 e situado no cromossoma sexual X, é de repente desligado para sempre, por volta da 11.ª semana de gestação, o que impede o fabrico pelas células do cérebro do futuro bebé de uma proteína essencial à transmissão neuronal.

A síndrome é mais frequente nos rapazes, porque estes apenas possuem um cromossoma X (as raparigas possuem dois), afectando cerca de um rapaz em 4000 (contra uma em 8000 raparigas). Provoca não só deficiências intelectuais, como também perturbações emocionais e do comportamento. Não tem cura, nem tratamento.

Sabe-se há anos que a doença surge devido a uma mutação no gene FMR1 que consiste na repetição, centenas de vezes, de um trio das “letras” que compõem as moléculas de ADN: CGG (o “alfabeto” do ADN tem quatro letras, A, C, G, T). Sabe-se ainda que, a partir de mais de 200 repetições consecutivas desta sequência, o gene FMR1 vai literalmente abaixo, com as já referidas consequências.

Mas até aqui ninguém fazia ideia por que é que, abaixo de 200 repetições, uma pessoa pode ser portadora da síndrome, mas não apresentar nenhum dos seus sintomas. Os resultados agora obtidos por Samie Jaffrey, da Universidade Cornell (EUA), e colegas esclarecem este enigma.

Estes cientistas realizaram experiências em culturas de células estaminais derivadas de embriões humanos doados que tinham sido previamente diagnosticados como tendo síndrome do X frágil, uma vez que o seu gene FMR1 continha mais de 400 repetições da nefasta pequena sequência. As células estaminais embrionárias são capazes de dar origem a todos os tecidos do organismo.

Neste caso, a equipa de cientistas “obrigou” essas células a diferenciar-se em neurónios para conseguir monitorizar o que acontecia ao gene FMR1 durante as primeiras fases do desenvolvimento cerebral. Deixaram o sistema evoluir durante 60 dias e constataram então que a diferenciação celular – e o silenciamento do gene FMR1 – ocorriam após cerca de 50 dias. O mesmo acontece nos embriões humanos afectados pela síndrome do X frágil, quase no fim do primeiro trimestre de gravidez.

No início, explicam os autores, o gene FMR1 funcionava normalmente nas células em cultura. Em particular, essas células transcreviam a informação contida no gene FMR1 para uma outra forma de material genético, o ARN mensageiro, moléculas encarregadas de transmitir a ordem de fabrico da dita proteína à maquinaria celular prevista para o efeito. As células também fabricavam a tal proteína essencial ao desenvolvimento cerebral cujo fabrico é normalmente comandado pelo gene FMR1.

Mas de repente, ao 48º dia, tudo mudou. Tanto os níveis do ARNm como da proteína em causa caíram a pique. Por alguma razão, o gene FMR1 tinha sido desligado.

Os cientistas descobriram então que o que provocara essa repentina disrupção genética era que partes do ARN mensageiro transcrito a partir do gene FMR1 mutado tinham literalmente empatado o funcionamento daquele gene, colando-se ao seu ADN e impedindo o seu normal funcionamento. E que isso tinha acontecido precisamente por causa do elevado número de repetições da tríade CGG no gene mutado.
“Descobrimos que o ARN mensageiro é capaz de encravar o ADN do gene FMR1, desligando o gene”, diz Jaffrey em comunicado da sua universidade. “Isto é algo que até aqui ninguém sabia.”
A molécula de ADN é composta por duas cadeias de “letras”, quimicamente ligadas entre si e enroladas uma em torno da outra numa dupla hélice. As duas cadeias são complementares: cada letra C numa delas corresponde a um G na outra e cada A a um T. Mas o que acontece aqui de diferente é que é o ARN mensageiro do gene FMR1 que se liga a uma sequência complementar numa das cadeias de ADN. “Trata-se de um novo tipo de mecanismo biológico, onde uma interacção entre o ARN e o ADN do gene da síndrome do X frágil provoca a doença”, frisa Jaffrey.

Como a mutação no gene FMR1 responsável pela síndrome do X frágil consiste numa longa sequência genética repetitiva”, explica ainda o investigador, “é muito fácil que uma porção suficientemente longa dessa sequência, quando transcrita para ARN mensageiro, encontre a seguir, no próprio ADN do gene, uma sequência complementar.” E, quando isto acontece, o ARN mensageiro agarra-se ao ADN, numa associação híbrida que até aqui não se sabia ser possível e que inactiva definitivamente o gene.

Isto significa, em particular, que é de facto o número de repetições daquela sequência de três letras do ADN presente no gene FMR1 que condiciona a manifestação ou não da síndrome do X frágil. O enigma do número de repetições necessárias para causar doença parece portanto ter sido resolvido.

A seguir, a equipa repetiu a experiência, mas desta vez cultivando as células estaminais em presença de uma substância desenvolvida pelo co-autor Matthew Disney, do Instituto Scripps de Investigação, na Califórnia. Conclusão: nessas condições, o gene FMR1 mutado já não era silenciado. Porém, uma terceira série de experiências mostrou que, uma vez esse gene silenciado, já não era possível voltar atrás.

Para os autores, isto sugere que poderá ser, contudo, possível desenvolver um tratamento contra a síndrome do X frágil. “Se uma mulher grávida for informada de que o seu feto é portador da mutação genética que provoca a síndrome, poderíamos potencialmente intervir e administrar a substância durante a gestação”, diz Jaffrey. “Isso poderia permitir adiar ou impedir o silenciamento do gene, com significativas melhorias potenciais [para o futuro bebé]."

Os investigadores já estão à procura de mecanismos de associação ARN-ADN semelhantes noutras doenças igualmente causadas por repetições genéticas, tais como a Huntington (doença degenerativa do cérebro), a distrofia miotónica (que provoca degeneração muscular, cataratas, problemas cardíacos, etc.), a síndrome de Jacobsen (que causa deficiências cognitivas e físicas) e a forma hereditária da esclerose amiotrófica lateral (ou ALS, a doença que padece o físico britânico Stephen Hawking).

“Este mecanismo completamente novo, no qual fragmentos de ARN conseguem silenciar genes, poderá estar envolvido em muitas outras doenças”, frisa Jaffrey. “Esperamos ser possível um dia encontrar fármacos capazes de interferir com este novo tipo de processo patológico.
FONTE - 
 http://www.publico.pt/ciencia/noticia/descoberto-gatilho-da-forma-mais-comum-de-atraso-mental-e-autismo-1626468

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AUTISMO – TODOS PODEMOS SER/NOS TORNAR UM POUCO AZUIS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/04/autismo-todos-podemos-sernos-tornar-um.html

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

INCLUSÃO ESCOLAR/PARALISIAS CEREBRAIS - Menina com Paralisia Cerebral revela necessidade de recursos na escola

Menina com paralisia não volta às aulas por falta de estrutura de escola

Escola onde Manuela estuda precisa contratar funcionário para ajudá-la.
Secretaria da Educação de Canoas garante que caso será resolvido.

Manuela, de cinco anos, espera contratação de funcionária para poder voltar à escola (Foto: Reprodução/RBS TV)
(imagem - foto colorida da menina Manuela, com sua mãe sentada ao seu lado, com um quadro de flores ao fundo, tendo um livro apoiado nas pernas de Manuela, sobre um suporte. Fotografia da matéria RBS TV)

Aos cinco anos, a pequena Manuela Soares foi a única aluna de sua turma que não voltou às aulas, iniciadas no dia 6 de fevereiro em uma escola municipal de Canoas, na Região Metropolitana. A menina nasceu nasceu com paralisia cerebral e tem vaga garantida na rede pública do município. No entanto, a escola não tem condições de recebê-la no momento por falta de um funcionário que a acompanhe, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV. (Veja o vídeo no link - fonte da matéria)

Manuela frequenta a Escola Municipal de Educação Infantil de Canoas desde 2012, mas teve de se afastar em junho do ano passado para fazer uma cirurgia no quadril. Mesmo assim, a rematrícula foi realizada. Só que a instituição não tem uma pessoa para acompanhar a menina de perto e ajudar a professora, como costumava acontecer com a menina.

A situação preocupa a mãe de Manuela, Berenice Moreira Soares. “Ela já tem essa dificuldade cognitiva, de vivenciar, de conviver com outras crianças. Já tem esse atraso. Quanto mais tempo passar, pior. Para ela e para nós. É uma frustração”, reclama Berenice.
O pai de Manuela trabalha à noite, então precisa descansar durante o dia. “Ficar com ela é uma missão não muito fácil porque ela exige atenção o tempo todo. Não é em qualquer cadeira que ela senta, ela pode sentar e, em um momento de descuido, pode cair”.
A mãe diz que não tem nada contra a escola, mas reclama das falhas no processo de inclusão. “Ela foi muito bem recebida tanto pelos funcionários, quanto pelos alunos. Teve apresentação, ela participou, foi muito bom. Mas, essa questão burocrática é que complica. A inclusão é algo lindo, maravilhoso, mas na prática deixa muito a desejar”, fala Berenice.
A Secretaria Municipal de Educação tem um setor específico para a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência. O responsável pelo setor em Canoas, Eri Domingos da Silva, explica que é difícil conseguir estagiários para fazer esse trabalho nas escolas. “Estamos entrevistando candidatos para estágio, para que possam acompanhar não só essa aluna, mas todos os alunos que precisam de apoio. Além da entrevista, eles passam por uma formação para que saibam qual a realidade e a criança”, explica Silva. Segundo ele, o contato da mãe de Manuela para retornar à aula foi somente na última terça-feira (18).
De acordo com Berenice, a escola sabia que a menina voltaria no dia 6 de fevereiro, já que estava rematriculada. “A escola tem o atestado da médica que fez a cirurgia dizendo o tipo de cirurgia, que ela precisava dos meus cuidados, que ela estava de atestado”, repete a mãe.
Conforme Silva, uma reunião presencial foi marcada para a próxima terça-feira (25) entre a secretaria e a família de Manuela. “A escola chegou a fazer esse relato, como outras escolas, mas nós gostamos de um contato direto com a família para ter a percepção da família, e isso ainda não aconteceu, vai acontecer semana que vem com a mãe”, aponta. “Vamos resolver, com certeza. Como outros casos que surgiram, que às vezes não são na mesma rapidez que gostaríamos, mas acabam tendo uma solução, com a participação da escola e da família”, fala.
FONTE - http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/02/menina-com-paralisia-nao-volta-aulas-por-falta-de-estrutura-de-escola.html
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A INCLUSÃO ESCOLAR AINDA USA FRALDAS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/07/inclusao-escolar-ainda-usa-fraldas.html

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MÚSICA/CÉREBRO - Pesquisa revela que improvisação musical se processa na mesma área cerebral da linguagem

Improvisação musical envolve áreas cerebrais que processam estrutura das frases faladas

A visualização da atividade cerebral durante “conversas musicais” informais e espontâneas entre músicos de jazz mostra que o processamento da música e da linguagem possuem circuitos neuronais em comum.
(imagem - foto colorida de um teclado de piano, com uma mão de pianista tocando-o, espelhada no próprio piano, fotografia  da divulgação da matéria)

As áreas do cérebro humano que analisam a sintaxe – a estrutura das frases da linguagem – não estão reservadas apenas ao processamento linguístico, sugere um estudo publicado na última edição da revista online de acesso livrePLoS ONE. Essas mesmas áreas, concluem Charles Limb, da Universidade Johns Hopkins (EUA), e colegas, também são utilizadas, em situação de improvisação musical jazzística a dois, quando cada músico processa, antes de responder, as “frases” musicais que vão sendo criadas pelo seu parceiro.

Os cientistas recrutaram para o estudo 11 experientes pianistas de jazz com idades entre os 25 e os 56 anos e puseram-nos a “trocar quatros” – tradução literal da expressão em inglês “trading fours”, que se refere a um exercício de improvisação em que cada um de dois intérpretes vai criando, alternadamente, quatro compassos de música. Durante as sessões, que duravam 10 minutos, um dos dois participantes estava deitado de costas numa máquina de ressonância magnética. Com os pés relativamente elevados graças a um almofadão e um teclado de plástico pousado nas coxas, esse músico conseguia ver a posição dos seus dedos no teclado olhando para um sistema espelhos colocados por cima da sua cabeça.

Nas imagens da função cerebral obtidas ao vivo e em directo durante as improvisações, os investigadores observaram que a essa tarefa musical activava áreas cerebrais associadas ao processamento sintáctico da linguagem. “Até aqui, os estudos de como o cérebro processa a comunicação auditiva entre duas pessoas têm sido feitos no contexto da linguagem falada”, diz Limb em comunicado da sua universidade. "Mas ao olharmos para o jazz, conseguimos investigar as bases neurológicas da comunicação musical interativa fora desse contexto.”

E acrescenta: “Quando dois músicos de jazz a trocar quatros parecem imersos nos seus pensamentos, não estão simplesmente à espera da sua vez para tocar. Pelo contrário, estão a utilizar as áreas sintácticas do seu cérebro para processar o que estão a ouvir de forma a conseguir responder com uma série de notas que nunca tinham sido compostas nem interpretadas.” 

Por outro lado, os cientistas também descobriram uma diferença substancial entre linguagem e música. Mais precisamente, a improvisação musical “desligava” as áreas associadas ao processamento semântico da linguagem – ou seja, aquelas que interpretam o significado do que está a ser dito.

“Neste estudo, mostramos que existe uma diferença fundamental entre a forma como o significado da música e da linguagem é processado pelo cérebro”, salienta Limb. “Especificamente, é o processamento sintáctico, e não o semântico, que é essencial para este tipo de comunicação musical. Os conceitos convencionais da semântica poderão não ser aplicáveis ao processamento da música pelo cérebro.

FONTE - http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-improvisacao-musical-envolve-as-mesmas-areas-cerebrais-que-a-interpretacao-da-estrutura-linguistica-das-frases-faladas-1626041
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A MÚSICA QUE ENCANTA DEPENDE DOS OLHOS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/03/musica-que-encanta-depende-dos-olhos.html

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

CEGUEIRA/PESQUISA - Medicamento investigado poderá ajudar cegos perceberem a luz

Droga em testes pode dar a cegos capacidade de 'ver' luz

Um medicamento ainda em fase de testes poderá dar a cegos a capacidade de perceber a luz.
Olho (PA)
(imagem - foto colorida em close up, aproximada, de um olho humano, fotografia divulgação BBC)

Estruturas da retina conhecidas como cones e bastonetes são responsáveis pela reação à luz, mas estas estruturas podem ser afetadas e destruídas por doenças.
Um estudo dos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley sugere que uma droga poderá dar a estas células no olho o poder de responder rapidamente à luz.
O olho é formado por camadas que incluem os bastonetes e cones.
Outras camadas mantêm os bastonetes e cones vivos, além de passar os sinais elétricos produzidos pelas células sensíveis à luz para o cérebro.
Os cientistas se concentraram em um tipo de neurônio presente no olho, as células ganglionares da retina.
Eles desenvolveram um composto químico, chamado Denaq, que muda de forma em resposta à luz. Esta mudança de forma altera a química da célula nervosa e o resultado são sinais elétricos enviados ao cérebro.
O estudo foi publicado na revista especializada Neuron.

Até certo ponto

Os testes mostraram que, ao injetar o Denaq nos olhos de camundongos cegos, os cientistas restauraram parcialmente a visão dos animais. Ocorreram mudanças no comportamento mas não foi possível determinar o quanto os camundongos estavam enxergando.
O efeito da droga acabou rapidamente, mas os camundongos ainda conseguiam detectar a luz uma semana depois da aplicação.
"São necessários mais testes em mamíferos maiores para avaliar a segurança do Denaq no curto e no longo prazo. Serão necessários vários anos, mas se a segurança puder ser estabelecida, estes compostos poderão finalmente ser úteis para restaurar a sensibilidade à luz em humanos cegos", disse Richard Kramer, um dos pesquisadores.
"Ainda precisamos ver o quão perto vão chegar de restabelecer a visão normal", acrescentou.
Os cientistas esperam que a droga possa, no futuro, ajudar no tratamento de doenças como a retinite pigmentosa e degeneração macular relacionada à idade.
Para Astrid Limb, do Instituto de Oftalmologia do University College de Londres, o conceito do Denaq "é muito interessante, poder estimular as células que restam" na retina.
"Mas, ainda é preciso muito trabalho antes de esta pesquisa ser aplicada em humanos", afirmou.
De acordo com ela, a duração do efeito da droga é outra questão que precisa ser resolvida.
A pesquisa dos cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley é mais uma de uma série de estudos que visa restaurar a visão em casos de cegueira, junto com pesquisas com células-tronco e manipulação de DNA para corrigir problemas genéticos que levem à perda da visão.
FONTE - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140220_remedio_cegos_luz_fn.shtml

SÍNDROME DE DOWN/MÚSICA - Criança com SD desenvolve leitura por estímulo musical

Criança com Síndrome de Down aprende a ler através da música

(imagem - foto colorida de Evie, que usa óculos, no canto esquerdo, olhando para câmera, uma menina loira, com seu pai ao lado sentado e olhando um cd de músicas, fotografia da divulgação da matéria) 

Evie é uma menina de 7 anos que 'sofre' de (termo incorreto pois sua deficiência intelectual não é uma 'doença' - informa o DEFNET, recomendo o uso de "vive com'')  Síndrome de Down. No entanto, com a ajuda dos pais, que todos os dias cantam para ela, está a desenvolver extraordinárias capacidades de leitura.

Simon e Jo Kent sempre acharam que esta era a melhor forma de ajudar a filha. Os dois punham música e cantavam para a menina ainda quando esta se encontrava na barriga da mãe, mas sem nunca imaginar a importância que esse gesto viria a ter no desenvolvimento da criança.

«Bombardeámo-la com música desde o dia que ela nasceu», revelou o pai, Simon Kent, de 35 anos. 

O casal, que vive atualmente no Reino Unido, soube que a filha ia nascer com Síndrome de Down na altura da ecografia das 20 semanas. Desde então, têm procurado tudo o que possa ajudar a estimular a filha.

«Quando ela era mais pequena, cantávamos sempre as instruções para se vestir, tomar banho, ir dormir, etc.», acrescentou Simon. Mais tarde, quando entrou para a escola, Evie usou precisamente esse método para aprender a ler, a escrever e a fazer contas. Hoje, com 7 anos, dá provas de estar cerca de um ano à frente dos colegas no que diz respeito à leitura.

FONTE - http://www.lux.iol.pt/internacionais/sindrome-de-down-ler-musica-aprender-evie-simon-kent/1539156-4997.html
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NÃO SOMOS ANORMAIS, SOMOS APENAS CIDA-DOWNS.... http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/03/nao-somos-anormais-somos-apenas-cida.html  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

EDUCAÇÃO INCLUSIVA/ONU - Estudo da ACNUDH mostra abordagens discriminatórias na inclusão escolar

Relatório da ONU alerta para sistemas educacionais que discriminam pessoas com deficiência

Um estudo realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) mostra que os sistemas de ensino têm adotado abordagens discriminatórias em relação às pessoas com deficiência, muitas vezes, infringindo o direito à educação
(imagem - foto colorida das mãos de uma estudante negra, com pulseiras vermelhas na mão, que repousam sobre uma pedaços de papel, com  a letra A feita a giz, próximo à sua mão, com uma caneta esferográfica ao meio. Fotografia de Giacommo Pirozzi/ Unicef) 

Alguns estudantes são impossibilitados de frequentar a escola por causa de uma deficiência. Outros vão para colégios especiais, resultando em segregação. Ainda há aqueles que vão para colégios regulares, mas que são obrigados a se adaptar às normas da instituição.
O estudo explica que a inclusão de alunos com deficiência implica na eliminação de barreiras que restringem ou proíbem sua participação no sistema de ensino em geral e a mudança de culturas, políticas e práticas das escolas regulares para se acomodarem às necessidades de todos os alunos.
A educação inclusiva fornece uma plataforma para combater o estigma e a discriminação. Ela também permite que as pessoas com deficiência, que normalmente sofrem desproporcionalmente com o desemprego, participem plenamente da sociedade.
A pesquisa observa que as escolas não podem negar alunos com deficiência e devem adaptar currículos e métodos de ensino para fazer com que todos tenham acesso igual à educação. As medidas devem ser postas em prática para eliminar barreiras físicas, socioeconômicas e de comunicação, dando, se preciso, apoio individualizado para facilitar a inclusão.
O estudo, que defende a adoção de uma meta para educação inclusiva na agenda de desenvolvimento pós-2015, também recomenda a contratação de professores que são qualificados em linguagem gestual e Braille e têm formação para lidar com as necessidades dos alunos especiais.
De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a educação inclusiva é essencial para a realização do direito à educação, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades.
Com informações da Onu
FONTE - http://www.cbnfoz.com.br/editorial/mundo/19022014-93161-relatorio-da-onu-alerta-para-sistemas-educacionais-que-discriminam-pessoas-com-deficiencia
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A CONSCIÊNCIA INCLUSIVA E O RACISMO NA ESCOLA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2014/01/a-consciencia-inclusiva-e-o-racismo-na.html

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CÂNCER/BIOELETRÔNICA - Novas tecnologias robóticas se propõem como cura para o câncer, no futuro

Entenda como os bioeletrônicos podem nos levar à cura do câncer
Novas tecnologias propõem monitoramento em nível celular e a possibilidade de impedir tumores por meio de tecidos híbridos

Entenda como os bioeletrônicos podem nos levar à cura do câncer
(imagem - uma mão robótica, à esquerda, toca suavemente a ponta dos dedos de uma mão humana, à direita, com representação desse encontro do homem com as 'máquinas', ou melhor os robôs, nesse novo passo tecnológico da medicina, nos tornaremos ciborgues?. (Fonte da imagem: Shutterstock)

Aficção científica no cinema sempre ofereceu um prato-cheio de hipóteses no ramo da bioeletrônica, principalmente nos anos 80 e 90, trazendo clássicos como “O Império Contra-ataca”, “O Exterminador do Futuro” e “Robocop” (além de uma série de outras produções menos notáveis). Entretanto, o conceito de simplesmente incluir próteses de membros e órgãos eletrônicos em um corpo humano, fazendo dele “parte máquina”, tem se tornado rudimentar comparado ao que as pesquisas mais recentes têm revelado sobre o assunto.

No futuro, a ideia de um corpo com propriedades bioeletrônicas pode estar mais ligada a um processo tecnológico em que modificações menores são feitas no corpo de uma pessoa ao longo de um período, e isto talvez se apresente de forma mais visualmente discreta do que possamos imaginar.

Parte homem, parte máquina, todo bioeletrônico

A bioeletrônica pode ser definida basicamente como o campo de pesquisa que busca estabelecer uma combinação entre elementos eletrônicos e biológicos para fins clínicos, terapêuticos ou de teste. A origem de seu estudo deu-se no fim do século XIX, com o primeiro registro de precisão do eletrocardiograma em 1895. A partir deste evento foi possível perceber o impacto que os sistemas eletrônicos poderiam causar na medicina.

No século XX, a tecnologia permitiu que esta disciplina fosse aplicada de forma mais prática, trazendo invenções como o marca-passo e as próteses robóticas. Porém, com o tempo, cientistas do ramo, pensando em impulsionar o conceito de bioeletrônica mais além, passaram a cogitar a chance de que em vez de construir dispositivos eletrônicos para ser implantados em sistemas biológicos, talvez pudesse ser mais efetivo construir dispositivos que se tornassem parte deles.


Computadores vivos

O estudo do tema tem sido levado ao nível celular. Testes com nanochips já foram feitos no estabelecimento de conexões diretas entre células vivas e circuitos eletrônicos, assim como o desenvolvimento de protocomputadores biológicos, programados para detectar e destruir células cancerígenas, e que vêm obtendo certo êxito.

Mais recentemente, um time de cientistas liderado pelo pesquisador de Stanford Drew Endy obteve mais resultados em sua experiência com o DNA que armazena dados, construindo um sistema de transmissão de informação genética.

A capacidade de armazenar informação, transmiti-la e executar uma função de acordo com um sistema de lógica vem sendo testada através de transistores biológicos que podem realmente possibilitar no futuro a construção de um biocomputador totalmente funcional.

Tecido Ciborgue
Entretanto, a manipulação eletrônica de células não constitui propriamente a essência da bioeletrônica. Este cerne está mais próximo de invenções como o tecido híbrido carregado com nanoeletrodos desenvolvido por cientistas de Harvard, em 2012.

A tecnologia batizada de “tecido ciborgue” compõe um tecido artificial que é funcional, biocompatível e que possui fios em nanoescala em sua estrutura, permitindo o monitoramento de alterações no organismo biológico e atividade celular. O primeiro passo rumo à perfeita sinergia entre matéria biológica e eletrônica.

De acordo com o Prof. Charles Lieber, que lidera esta pesquisa, o objetivo é fundir o tecido biológico com o eletrônico de forma que se torne difícil determinar onde um começa e o outro termina. Sendo o corpo humano controlado por sinais elétricos, os fios em nanoescala funcionariam como uma espécie de nervos, conduzindo à existência de um sistema nervoso autônomo.

Sinais elétricos celulares e a cura para o câncer

É claro que, tendo em vista que estes estudos estão ainda em estágio inicial, as possibilidades de aplicação destas tecnologias ainda são apenas hipóteses. No entanto, a expectativa é que no futuro o impacto da evolução destas descobertas possa revolucionar para sempre as mais diversas áreas da medicina, como a oncologia.

O biólogo Michael Levin, da Universidade de Tufts, acredita que seja possível modificar os sinais elétricos das células, provocando novos padrões de crescimento. Em um artigo publicado pela equipe do cientista, estes sinais elétricos são associados diretamente a fatores que definem o desenvolvimento de tumores. Em outras palavras: monitorando sinais elétricos divergentes nas células, seria possível localizar um tumor antes mesmo de seu surgimento.

Na verdade, em uma projeção ainda mais ambiciosa, a manipulação destes sinais poderia também parar o câncer já em níveis avançados, criar reações em cadeia que alterariam totalmente o curso de desenvolvimento de doenças, identificar ameaças das mais diversas no organismo e até mesmo possibilitar a regeneração de membros.

Em breve nas melhores lojas

Como dito anteriormente, a bioeletrônica do futuro, praticável e disseminada entre a população, provavelmente não virá em forma de melhoramentos agressivos à la filmes sci-fi, em propostas de trans-humanismo e substituição de membros orgânicos por próteses aperfeiçoadas. Ela virá — ou pelo menos se iniciará — com dispositivos de caráter médico, aparelhos e sensores mais sutis que monitorarão seu corpo e que como o tempo estarão disponíveis no mercado.

Alguns destes dispositivos ainda dependem de um computador para serem controlados, mas a previsão é de que em algum tempo surjam versões que operem de modo autônomo, independentes de fios ou até mesmo baterias.  Quando chegarmos a este ponto, a tecnologia bioeletrônica que vêm permeando nosso imaginário há décadas através da ficção científica parecerá risivelmente ultrapassada.

FONTE: http://www.tecmundo.com.br/ciencia/51421-entenda-como-os-bioeletronicos-podem-nos-levar-a-cura-do-cancer.htm#ixzz2tdt4d5XV
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SEREMOS, NO FUTURO, CIBORGUES? Para além de nossas deficiências humanas http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/seremos-no-futuro-ciborgues-para-alem.html

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

DOENÇA RARA/MULHERES - Britânica com Osteogênese prova como ''quebrar'' preconceitos e se torna mãe

PARA QUEBRAR PRECONCEITOS - Britânica com 'ossos de vidro' atinge objetivo de ser mãe após 200 fraturas 
Uma mulher que sofreu mais de 200 fraturas ósseas na vida, por ter uma doença rara, conseguiu realizar o sonho de virar mãe.
Marie-Ann Andrews. Foto: BBC
(imagem - foto colorida de Marie-Ann Andrews, à esquerda, onde aparece a ponta do controle de sua cadeira de rodas motorizada, segurando no colo carinhosamente seu filho, Mark, recostada em um sofá, fotografia da BBC)

Marie-Ann Andrews, da cidade britânica de Milton Keynes, tem um mal conhecido como "doença do osso de vidro" ou osteogênese imperfeita
A osteogênese imperfeita impediu que ela crescesse mais que 1,2 metro, já que seus ossos estavam sempre quebrando. Seu irmão mais novo sofria da mesma doença. Ele morreu aos 9 anos de idade, após uma queda acidental.
Ela disse que quando estava na adolescência decidiu que pararia de sentir pena de si mesma e escreveu uma lista de metas.
Com o tempo, ela conseguiu atingir todas as metas que perseguiu – inclusive a de ser mãe.

'Fazer o melhor que posso'

"Eu podia desistir de tudo, ou tentar fazer o melhor que posso com o corpo que tenho. É como eu encaro as coisas", diz.
"Quando eu era criança, eu tinha a mesma aparência das demais. Foi apenas quando comecei a crescer mais rapidamente que os ossos começaram a quebrar, e fiquei mais deformada, e fiquei com uma aparência diferente."
Havia 50% de chances de seu filho, Mark, herdar a doença da mãe, mas a criança de dez meses de idade ainda não apresentou nenhum sintoma. Seu marido não tem a doença.
"Com dez meses, ele já consegue erguer o corpo sozinho. Eu não consigo levantá-lo sozinha, e acho que ele sabe disso. Ele sabe que há coisas que a mãe dele não consegue fazer."
A mãe de Marie-Ann Andrews morreu há mais de um ano, e a britânica precisou contratar uma assistente para ajudar a família com as tarefas do dia a dia.
FONTE - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140214_ossos_vidro_mae_dg.shtml
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AS SEXUALIDADES NÃO SÃO "DEFICIENTES"... http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/08/as-sexualidades-nao-sao-deficientes.html

domingo, 16 de fevereiro de 2014

SAÚDE/LEGISLAÇÃO - Projeto de lei obriga tratamento gratuito, para Incontinência urinária, no SUS e nos planos de saúde

Projeto obriga SUS e planos de saúde a oferecer tratamento de incontinência

Uma proposta em tramitação na Câmara obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos e seguros privados de saúde a oferecer gratuitamente tratamento integral de incontinência urinária. A medida está prevista no Projeto de Lei 5922/13, do deputado Dr. Jorge Silva (PDT-ES).
Pelo texto, unidades de atenção à saúde do SUS e do sistema de saúde suplementar ficarão obrigadas a fornecer aos pacientes todos os procedimentos, produtos e medicamentos requeridos por indicação médica.
O tratamento poderá incluir:
– medidas para o bem-estar geral do paciente;
– terapêutica comportamental;
– intervenções farmacológicas;
– intervenções cirúrgicas;
– terapêutica fisioterápica; e
– implantação de dispositivos de compressão uretral e esfíncter (estrutura muscular que controla a abertura ou fechamento do canal urinário) artificial.
O projeto ressalta que homens com situações complexas de incontinência urinária – decorrentes de lesão, prostatectomia, traumatismo pélvico, malformações congênitas, doenças neurológicas, entre outras causas – também terão direito a tratamento adequado para melhoria do quadro clínico.
“Merece destaque o tratamento do câncer da próstata, que devido à retirada total dessa glândula, procedimento conhecido como prostatectomia radical, leva à incontinência”, explica o autor.
Tramitação
O texto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

  • PL-5922/2013
  • FONTE - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/462061-PROJETO-OBRIGA-SUS-E-PLANOS-DE-SAUDE-A-OFERECER-TRATAMENTO-DE-INCONTINENCIA.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PARALISIA CEREBRAL/ESPORTES - Menino melhora sua mobilidade através do surf

Menino com paralisia cerebral começa a andar após praticar surfe

Antes de entrar no mar, garoto faz alongamento e exercícios lúdicos.
Escola Radical, em Santos, é a primeira pública de surfe no país.


Raphael surfando no mar em Santos, SP (Foto: Mariane Rossi/G1)
(imagem - foto colorida de Raphael, sobre uma prancha de surf no mar, de braços abertos e com um lindo sorriso, demonstrando seu equilíbrio aprimorado pela prática desse esporte adaptado á sua condição de pessoa com paralisia cerebral (que não é uma doença e sim uma deficiência), fotografia de Mariane Rossi G1)

Uma criança de Santos no litoral de São Paulo, diagnosticada com paralisia cerebral, surpreendeu a família e os professores ao aprender a andar 8 meses após começar a praticar aulas de surfe. Raphael dos Santos, de 12 anos, conseguiu deixar a cadeira de rodas aos 10 e, atualmente, chega às aulas caminhando, sempre ao lado da mãe.

A luta do menino começou nos primeiros dias de vida. "Ele nasceu praticamente morto, mas Deus me deu ele de volta", conta a mãe, Fabiana dos Santos. O garoto ficou alguns dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e depois foi levado para casa. Porém, nos primeiros meses, Fabiana percebeu que o filho era diferente das outras crianças. "Uma doutora me disse que ele não tinha capacidade de andar, de falar nem de sentar. A médica disse que ele iria ficar mole, como quando estava no meu colo", diz. Pouco tempo depois, Raphael foi diagnosticado com paralisia cerebral.
Separada do marido, Fabiana passou a levar o menino à Casa da Esperança para receber tratamento específico, com a ajuda da avó dele. O garoto foi crescendo, mas não conseguia andar nem falar, só engatinhava e ficava sentado. Aos 9 anos, Raphael passou por uma cirurgia nas pernas e ficou em uma cadeira de rodas. Logo depois, o surfe surgiu na vida dele.
"Eu conheci um amigo do Cisco (surfista) que trabalha com fisioterapia e ele me indicou as aulas", lembra a mãe.
Mesmo com medo, Fabiana resolveu levar o menino para a Escola Radical, em Santos, a primeira pública de surfe no país, coordenada por Cisco Araña. No primeiro dia de aula, Raphael não saía da cadeira de rodas. Por causa da cirurgia, as pernas dele só ficavam esticadas e ainda não haviam voltado ao normal.
"O Cisco o levou para o mar. Eu pensei que iriam afogar meu filho, fiquei na areia olhando, eu tremia. No dia seguinte, fomos de novo", revela a mãe.
O professor Leonardo Scarpa acompanhou Rapha, como ele começou a ser chamado por todos, nos primeiros dias de aula. O instrutor lembra que o garoto tinha muitas dificuldades de locomoção.
"Ele veio para cá no formato da cadeira de rodas, bem travadinho mesmo. Ele não tinha muito controle do pescoço. Mas, pelo simples fato de ficar deitado na prancha, ele tinha que levantar para não ir água no rosto e na boca dele", explica.
O contato com o professor foi crescendo a cada aula. Antes de entrar no mar, Scarpa incentivava Rapha a fazer exercícios de alongamento e brincadeiras lúdicas. A intenção era fazer com que o garoto soltasse mais as pernas e também sentisse a liberdade de uma vida em meio à natureza.
"Como ele é criança, o importante é brincar mesmo. Por mais difícil que seja, ele está aqui na praia, fazendo amigos, conhecendo pessoas. E, por mais que seja adaptado, ele está se divertindo, fazendo uma atividade de que gosta", destaca o professor.
Depois de uma semana de surfe, as pernas de Rapha começaram a dobrar novamente e ele voltou a engatinhar. Mas a grande superação do menino ainda estava por vir.
"Aconteceu com 8 meses de aulas, foi no Dia das Mães. Eu fui colocar a roupa na máquina de lavar e, quando voltei para a sala, ele estava em pé e deu 8 passos. Foi uma surpresa", recorda a mãe. Segundo Fabiana, em todas as consultas médicas, os profissionais afirmavam que seu filho nunca daria um único passo.
Para a mãe do garoto, o esporte foi responsável pela melhora dele. "Eu pensava que, com o surfe, não aconteceria nada, mas vi meu filho andar. Eu estava esperando por isso há 10 anos. Foi muito rápido, foi o surfe", afirma Fabiana.
Além disso, Raphael desenvolveu a fala. Os professores pediam que o menino conversasse com eles, que deixasse de apontar para os objetos e usasse palavras para dizer o que queria. "Ele tentava falar várias vezes. Na terceira, conseguia falar direito", conta a mãe.
Agora, Rapha já largou a cadeira de rodas. Hoje, o menino caminha com dificuldade até o mar, com a ajuda da mãe, dos colegas e professores da escolinha de surfe.
"Ele não vê a hora de ir para a água. Eu só fico na torcida e, quando ele pega uma onda, brinco dizendo que ele é o 'Titanic da Mamãe'", diz Fabiana. Após o alongamento, Rapha entra na água com a ajuda dos professores. O menino então sobe na prancha – usada normalmente por pessoas cegas, já que é mais macia e tem algumas características que melhoram a postura do deficiente –, dá meia-volta e aguarda uma onda perfeita para fazer aquilo de que mais gosta.

Para o surfista Cisco Araña, a evolução do aluno foi resultado de um trabalho feito com amor. Ele conta que Rapha progrediu muito, tanto no aspecto físico quanto mental. E acredita que o esporte, principalmente o surfe, realmente pode mudar vidas.
"O mar tem vários minerais essenciais à saúde. O movimento das ondas faz um trabalho para as pernas melhorarem, ajuda na articulação, na lateralidade [predominância motora de um dos lados do corpo] e na coordenação motora", explica Araña.
Segundo ele, também há a vitamina D vinda do sol e o ar puro da praia. "A atmosfera de amor, de compartilhar com o outro, de trocar experiências faz muita diferença, como fez para o Raphael", enumera o surfista.
A professora Carolina Coelho Leite, que também acompanhou as aulas do garoto, conta que o viu crescendo e se desenvolvendo. Para ela, Rapha é um exemplo para muitos.
"Aqui é um ambiente que proporciona um novo desafio de se portar dentro da água. Eu pego onda e, se para mim já é mágico, imagina para ele. É uma lição de vida. O limite está na cabeça. É bem legal, eu agradeço essa oportunidade", afirma a professora.
Já para o professor Leo, cada superação do garoto é uma alegria diária. Além disso, ele percebe que Rapha fica animado a cada aula de surfe.
"Hoje, ele já brinca, é muito mais tranquilo. O que o motiva a vir aqui é o oceano. É legal estar participando disso, mas o mérito é do mar", diz. Além da melhora física, Leo acredita que o esporte ajuda na autoestima e na vida social do menino.
"Para mim, é gratificante estar participando do processo. Foi o que mais me motivou a ficar aqui. É uma amizade para sempre", ressalta o professor.
Surfe para deficientes
Cisco Araña foi o responsável por criar a escolinha pública de surfe de Santos. Ele teve a oportunidade de lidar com pessoas de todas as idades e com diversas deficiências, promovendo a inclusão. O professor transformou o surfe não apenas em um esporte para essas pessoas, mas também em um meio social para agregar idosos, deficientes e todos os tipos de pessoa no mar.
O surfista criou uma prancha própria para cegos, especialmente para Valdemir Pereira Corrêa, o Val, que foi o primeiro surfista com deficiência visual do Brasil e começou a praticar o esporte em Santos.
"Ele fez muita diferença. A partir do Val, é que vieram outras pessoas. Nós criamos a prancha, daí vieram os outros, com déficit de atenção, síndrome de down, tetraplegia", lembra Araña.

O professor conta que o projeto foi surgindo aos poucos. "A primeira turma que veio para cá foi de surdos. A gente começou a trabalhar com eles, e o resultado foi positivo. Os desenhos vieram mais coloridos, começaram a reparar nas coisas e surgiram sorrisos", diz o surfista.

Agora, a ideia de Araña é criar, a partir de maio, um núcleo de terapia com pranchas adaptadas. Para isso, ele busca apoiadores para o projeto.
"Vamos triplicar o nosso amor e a nossa doação por essa causa", acredita.
FONTE - http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/02/menino-com-paralisia-cerebral-comeca-andar-apos-praticar-surfe.html
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UM MUNDO PARA VOAR http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2009/12/um-mundo-para-voar.html