sexta-feira, 29 de agosto de 2014

MEMÓRIAS/NEUROCIÊNCIAS - Emoções relacionadas com sofrimentos podem ser ''apagadas''?

Neurocientistas querem reescrever lembranças ruins

Mulher em exposição do cérebro humano

(imagem - com uma mulher sobreposta por uma imagem de um desenho que representaria a cabeça humana como em uma radiografia, transparente, que estaria em uma exposição sobre o cérebro humano - da divulgação da matéria - Matty Cards/Getty Imagens)

Cientistas dizem que podem fazer com que eventos ruins do passado pareçam melhores e coisas boas, piores

As emoções relacionadas a lembranças podem ser reescritas, fazendo com que eventos ruins do passado pareçam melhores e coisas boas, piores, descobriram cientistas do Japão e dos Estados Unidos, que deram detalhes de seu estudo em artigo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.
De acordo com eles, a descoberta do mecanismo por trás do processo ajuda a explicar o poder dos tratamentos atuais de psicoterapia para doenças mentais, como a depressão ou o Distúrbio de Estresse Pós-traumático (DEPT), e pode abrir novas vias para o tratamento psiquiátrico.
"Estas descobertas validam o sucesso da psicoterapia atual, ao revelarem seu mecanismo subjacente", explicou à AFP, em Tóquio, o chefe das pesquisas, Susumu Tonegawa.
A equipe de cientistas, formada a partir de uma colaboração entre o Instituto RIKEN, do Japão, e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, usaram a optogenética - uma nova técnica de controle cerebral que usa a luz - para compreender melhor o que acontece quando pensamos no passado.
Eles descobriram que sentimentos acolhedores ou de medo intenso, provocados pela interação entre o hipocampo - o 'confessionário' do cérebro - e a amígdala - o local onde seria codificada a positividade ou a negatividade - são mais flexíveis do que se pensava.
"Depende da intensidade da prevalência (do aspecto bom ou ruim). Há uma competição entre as duas forças de conexão dos circuitos", explicou Tonegawa.
Os cientistas injetaram em dois grupos de camundongos machos proteínas de uma alga sensível à luz, permitindo a eles identificar a formação de uma nova memória na medida em que acontecia e, com isso, usar pulsos de luz para reativá-la quando quisessem.
Eles permitiram a um grupo de roedores brincar com as fêmeas, criando uma memória positiva. O outro grupo levou um pequeno, porém desagradável, choque elétrico no chão.
Memória dolorosa
Em seguida, os cientistas reativaram artificialmente a memória, usando os pulsos de luz, efetivamente fazendo os roedores se lembrarem do que tinha acontecido com eles.
Enquanto os ratinhos "lembravam" o evento, eles vivenciavam a experiência oposta: as cobaias com a memória positiva levavam um choque, enquanto aqueles com a memória dolorosa eram conduzidos a fêmeas.
Tonegawa explicou que sua equipe descobriu que a emoção da nova experiência subjugou a emoção original, reescrevendo a forma como o animal se sentiu a respeito.
"Fizemos um teste na câmara original e a memória de medo original desapareceu", afirmou.
No entanto, reescrever a lembrança só foi possível com a manipulação do hipocampo, que é sensível a contextos. O mesmo resultado não poderia ser alcançado manipulando-se a amígdala.
Tonegawa disse que a conexão entre a memória contextual no hipocampo e as emoções "boas" ou "ruins" na amígdala ficaram mais fortes ou mais fracas, dependendo do que foi vivenciado.
Os cientistas esperam que suas descobertas possam abrir novas possibilidades para tratar distúrbios do humor, como depressão ou estresse pós-traumático, uma condição mais presente em determinados segmentos da sociedade, como os militares, em que as pessoas vivenciaram eventos particularmente trágicos ou de risco de morte.
"No futuro, eu gostaria de pensar que, com a nova tecnologia, seremos capazes de controlar os neurônios no cérebro sem fios e sem ferramentas intrusivas, como os eletrodos", disse Tonegawa, que ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1987.
"Poderíamos fazer prevalecer as lembranças boas sobre as ruins", afirmou.
Em um comentário também publicado na Nature, os cientistas especializados em cognição Tomonori Takeuchi e Richard Morris, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, disseram que o estudo representa uma inovação na exploração de mecanismos da memória, embora a optogenética tenha limitações como uma ferramenta para fazer isso.
"Mas a engenharia molecular está lançando luz sobre nossa compreensão das redes de memória fisiológica subjacente", escreveram.
FONTE- http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/neurocientistas-dizem-ser-possivel-reescrever-lembrancas-ruins
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PSIQUIATRIA/MEMÓRIA - Uso de ECT para apagamento de memórias seletivas na Holanda  http://infonoticiasdefnet.blogspot.com.br/2014/02/psiquiatriamemoria-uso-de-ect-para.html

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

AUTISMOS/PESQUISAS - Estudo lança luz sobre o funcionamento do cérebro nos autismos

Cérebros de crianças autistas possuem demasiadas sinapses, segundo estudo

Um novo estudo veio lançar uma nova luz sobre o funcionamento do cérebro no autismo, ao sugerir que há um excesso de sinapses em pelo menos algumas partes dos cérebros de crianças autistas, e que a capacidade do cérebro de reduzir o número dessas sinapses é comprometida.

Cérebros de crianças autistas possuem demasiadas sinapses, segundo estudo
*imagem - a representação de uma rede neural com neurônios em azul com suas conexões sinápticas (como milhares de fios interconectados) sobre um fundo preto, com algumas áreas das sinapses com a cor laranja brilhante representando essas conexões intersinápticas intensas e suas comunicações - desenho da matéria)
A descoberta fornece pistas sobre como o autismo se desenvolve na infância e poderá ajudar a explicar alguns dos sintomas, como a sensibilidade excessiva a ruído ou experiências sociais, bem como os ataques epiléticos. Também poderá ajudar os cientistas na busca de tratamento, se puderem desenvolver terapias seguras para consertar o sistema usado pelo cérebro para eliminar as sinapses excedentes.
O estudo, publicado quinta-feira na revista Neuron, envolveu tecido dos cérebros de crianças e adolescentes que morreram com idades entre os 2 e os 20 anos. Cerca da metade das crianças tinha autismo, as outras não.
Os investigadores, do Centro Médico da Universidade de Columbia, observaram atentamente para uma área do lobo temporal do cérebro envolvido no comportamento social e na comunicação. Ao analisar o tecido de 20 dos cérebros, contaram as dendrites nos neurónios e encontraram-nos em maior quantidade nas crianças com autismo. As dendrites ramificam-se de um neurónio e recebem sinais de outros neurónios através de conexões chamadas sinapses, de modo que mais dendrites indicam mais sinapses.
No desenvolvimento saudável do cérebro, há uma explosão de sinapses muito cedo e depois tem início um processo de «poda» (diminuição das sinapses). Esse processo é necessário para assegurar que diferentes áreas do cérebro possam desenvolver funções específicas e não fiquem sobrecarregadas de estímulos.
A equipa de Columbia descobriu que nas idades mais jovens, o número de dendrites não difere muito entre os dois grupos de crianças, mas os adolescentes com autismo possuem significativamente mais que aqueles sem autismo. Jovens saudáveis de 19 anos tinham 41% menos sinapses do que crianças pequenas saudáveis, mas os autistas no final da adolescência apresentavam apenas 16% menos do que as crianças pequenas com autismo.
Uma criança com autismo que tinha 3 anos quando morreu tinha muito mais sinapses do que qualquer criança saudável de qualquer idade, explicou David Sulzer, neurobiólogo e principal investigador do estudo.
Os especialistas disseram que o facto de as crianças pequenas de ambos os grupos apresentarem aproximadamente o mesmo número de sinapses sugere um problema de «poda» no autismo, não um problema de produção excessiva.
«Mais não significa melhor quando se trata de sinapses, e a ´poda` é absolutamente essencial», disse Lisa Boulanger, uma bióloga molecular de Princeton, que não esteve envolvida na pesquisa. «Se fosse um crescimento excessivo, a expectativa é de que elas seriam diferentes desde o início, mas como a diferença de sinapses ocorre posteriormente, trata-se provavelmente da ´poda`».
A equipa de Sulzer também encontrou biomarcadores e proteínas nos cérebros com autismo, refletindo mau funcionamento nos sistemas de remoção de células velhas e degradadas, um processo chamado autofagia.
«Eles mostram que esses marcadores de autofagia diminuem» nos cérebros afectados pelo autismo, disse Eric Klann, um professor de ciência neural da Universidade de Nova Iorque. «Sem a autofagia, essa ´poda` não pode ocorrer», disse.
As descobertas são as mais recentes numa área da pesquisa do autismo que está a atrair um interesse crescente. Há anos que os cientistas debatem se o autismo é um problema de cérebros com conectividade insuficiente ou excessiva, ou alguma combinação.
Ralph-Axel Müller, um neurocientista da Universidade Estadual de San Diego, disse que há crescente evidência de conectividade excessiva, inclusivamente a partir dos estudos de imagens do cérebro que conduziu.
«As deficiências que vemos no autismo parecem ocorrer em diferentes partes do cérebro, conversando demais umas com as outras», disse. «É preciso perder parte dessas conexões para um desenvolvimento ajustado do sistema das redes cerebrais, porque se todas as partes do cérebro conversarem com todas as partes do cérebro, só se obtém ruído, não comunicação», explicou.
Mais sinapses também criam oportunidade para ataques epilépticos, porque há sinais eléctricos em excesso a ser transmitidos no cérebro, prosseguiu Klann. Mais de um terço das pessoas com autismo tem epilepsia, acrescentou.
FONTE - http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=725017
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O AUTISMO NÃO É APENAS UMA DOENÇA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/06/o-autismo-nao-e-apenas-uma-doenca.html

sábado, 16 de agosto de 2014

ALZHEIMER/FOTOGRAFIAS - Estudo comprova que fotos podem auxiliar pessoas com Alzheimer na memória

As fotografias podem ajudar os doentes de Alzheimer a conservar a memória 

(imagem - foto colorida da câmara Autographer na mão de uma pessoa - fotografia da matéria)
Cada vez mais se veste ou se usa a tecnologia como um adereço útil. E se a moda de partilhar a vida inteira nas redes sociais parece ainda mal ter começado, vão-se descobrindo em novas aplicações diferentes utilidades. Acontece com frequência: uma ideia é desenvolvida com um determinado fim e acaba por se tornar útil noutro. Os dispositivos de captação automática de imagens não são novidade, mas novos estudos sugerem que podem beneficiar significativamente a qualidade de vida dos doentes de Alzheimer, porque funcionam como retentores de memória.
As câmaras de disparo automático como a Autographer ou a Narrative são aplicativos que se prendem à roupa e que tiram centenas de fotos por dia. Entre outras características, possuem sensores de movimento, de luminosidade e GPS. Prendem-se com um clipe ao casaco ou ao cinto, tornando-se assim num método simples de captar em imagem — e na perspectiva do utilizador — todos os minutos de um dia inteiro. Essas fotos podem ser visionadas posteriormente e até partilhadas pelas redes sociais.
Autographer foi o resultado da aplicação comercial de um projeto que a Microsoft Research desenvolveu chamado SenseCam, com o objectivo inicial de servir de “caixa negra” do dia a dia, registando acidentes e outras ocorrências. Mas o departamento de pesquisa da Microsoft percebeu que, mais do que para distrair e partilhar, este tipo de tecnologia poderia ter outra aplicação prática: ajudar a registar a memória daqueles que, involuntariamente, não a têm.
A doença de Alzheimer é apenas uma das várias formas de demência, mas é provavelmente a mais falada, quanto mais não seja porque representa mais de metade de todas as formas de demência. Caracteriza-se inicialmente pela perda progressiva da memória de curto prazo. O doente deixa de ser capaz de se lembrar onde fica a gaveta dos talheres da casa onde viveu toda a vida – apesar de poder ser capaz de recuperar memórias de infância. É uma doença crónica e devastadora, também para os familiares e amigos destes doentes, que se confrontam com o esquecimento constante. Nos estados mais avançados (ainda antes da perda total de autonomia e mobilidade), um pai deixa de reconhecer um filho. O lapso da memória a curto prazo tem outras consequências práticas e igualmente sérias, como por exemplo o facto de os doentes de Alzheimer se perderem com facilidade. Um passeio breve pelo quarteirão pode terminar em horas de deambulação pelas ruas, pois estas pessoas deixam de ter a capacidade de reconhecer o caminho trilhado minutos antes. Já existem localizadores GPS para estes doentes, mas o objetivo das câmaras “wearable” é outro.
Vários estudos apontam para a importância do registo diário (escrito) como um método para ajudar os doentes a manter a memória ativa, mas este nem sempre funciona e, pelo contrário, pode nalguns casos agravar os estados de confusão e ansiedade: imagine como seria se lhe pedissem para escrever sobre um dia do qual já quase não se recorda e, ainda por cima, tendo consciência disso. As fotografias são por isso um método muito mais eficaz para registar os momentos passados no curto prazo e têm uma vantagem extra: estudos revelam que os doentes de Alzheimer conseguem não só recordar os momentos esquecidos, como são capaz de os memorizar em 85% das vezes e durante vários dias ou semanas. Por outras palavras, ao verem numa fotografia onde está a gaveta dos talheres (para usar o mesmo exemplo), conseguem reter essa informação nas semanas seguintes. Pensa-se que a visualização destas imagens serve de “gatilho” na ativação dos centros de memória visual do cérebro que são usados quando assimilamos uma experiência pela primeira vez. Os cientistas acreditam que a repetição dessa ação — o confronto repetido com uma imagem — acaba por transformar a memória em consciência e que provavelmente, nalguns doentes, consegue recuperar funções cognitivas.
Outros trabalhos estão em curso, mas a evidência estatística de que os doentes de Alzheimer (em fase inicial) são capazes de “fixar” memórias através de simples fotografias é um dado muito animador. Estas câmaras são muito pequenas e fáceis de utilizar, não necessariamente para o doente com demência, mas para quem o auxilia e acompanha — as fotos têm de ser descarregadas para o computador — e custam entre 200 e 300 euros.
FONTE - http://observador.pt/2014/08/13/fotografia-alzheimer-memoria/

SÍNDROME DE DOWN/LEUCEMIA - Estudos britãnicos descobrem genes que provocam leucemia em crianças com trissomia 21

DESCOBERTAS MUTAÇÕES GENÉTICAS QUE PROVOCAM LEUCEMIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DOWN
Uma equipa de cientistas britânicos anunciou hoje ter descoberto, em crianças com Síndrome de Down, as mutações genéticas que originam leucemia linfoblástica aguda infantil, o que pode ajudar a desenvolver terapias eficazes para a doença.

O estudo foi feito em crianças com Trissomia do cromossoma 21, que são 20 a 50 vezes mais propensas a leucemias na infância, e envolveu a análise da sequência do ADN dos pacientes em diferentes estágios do cancro de sangue.
Os pesquisadores da Universidade Queen Mary of London descobriram dois genes-chave (denominados RAS e JAK) que podem sofrer mutação para transformar células normais do sangue em cancro de células.
No entanto, os dois genes nunca modificam juntos, dando a impressão de que um anula o outro, refere o estudo hoje publicado na revista ScienceDaily, assinalando que a descoberta vai permitir aos cientistas apurarem qual dos dois genes são modificados em paciente.
"Nós acreditamos que os nossos resultados são um avanço na compreensão das causas dos instrumentos subjacentes da leucemia e, eventualmente, esperamos projetar o tratamento mais adequado e eficaz para esse tipo de cancro, com medicamentos menos tóxicos e com menos efeitos colaterais", disse Nizetic Dean, professor de Biologia Celular e Molecular da Universidade Queen Mary of London, citado pela publicação científica.
Atualmente, uma em cada seis crianças na população em geral não responde bem à terapia padrão para a leucemia, podendo sofrer de recaídas e efeitos tóxicos colaterais do tratamento, sendo que os números que a fraca resposta e toxicidade são ainda maiores entre as crianças com Síndrome de Down, diz a ScienceDaily.
"Através da nossa pesquisa, sabemos que as pessoas com a síndrome de Down apresentam sinais de envelhecimento acelerado e têm maior acúmulo de danos ao DNA se comparado com a população em geral da mesma idade", afirmou o pesquisador.
"Portanto, estudar as células de pessoas com síndrome de Down pode fornecer pistas importantes para a compreensão dos mecanismos de envelhecimento, do Alzheimer, cancer, aterosclerose e as diabetes", mas "são necessárias mais pesquisas nesta área", acrescentou Nizetic Dean.
FONTE - http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=759927&tm=7&layout=121&visual=49

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DEMÊNCIAS/PESQUISAS - Estudo britânico associa diminuição de Vitamina D com quadros demenciais

Nível baixo de vitamina D eleva risco de demência, diz estudo

Idosos com grave deficiência de vitamina D correm maior risco de sofrer demência, de acordo com um estudo britânico.
Mãos de idoso
(imagem - foto colorida da matéria com as mãos de uma pessoa idosa, com o seu envelhecimento visível e pele enrugada - fotografia BBC)

Cientistas observaram 1.650 pessoas nos Estados Unidos com mais de 65 anos para a pesquisa, publicada na revista médica Neurology.
Este não foi o primeiro estudo a relacionar deficiência de vitamina D a demência, mas os seus autores dizem que é o mais completo e conclusivo.
Ainda assim, especialistas alertam que são necessários mais estudos para prescrever vitamina D como prevenção à demência.
A vitamina D é encontrada em peixes oleosos, comprimidos e através da exposição da pele ao sol.
No entanto, a conversão de vitamina D pela pele dos idosos pode ser menos eficiente, o que aumenta as probabilidades de sofrerem deficiência e dependerem das outras fontes.
Mais de 800 mil pessoas sofrem de demência no Reino Unido, e a expectativa é de que o número passe de 1 milhão até 2021.

'Surpreendente'

O grupo internacional de cientistas, coordenado por David Llewellyn, da universidade Médica de Exeter, observou os pacientes por seis anos.
Nenhum deles sofria de demência, doenças cardiovasculares ou derrames no início do estudo.
Ao seu final, 1.169 pacientes com níveis satisfatórios de vitamina D tinham uma chance em 10 de desenvolver demência. Setenta estavam com deficiência grave e tinham uma chance em cinco de sofrer do mal.
"Já esperávamos encontrar uma relação entre baixos níveis de vitamina D e o risco de demência e Mal de Alzheimer, mas os resultados foram surpreendentes. Descobrimos que a associação é duas vezes maior do que se esperava", afirmou o doutor Llewellyn.
Mesmo assim, ele disse que mais estudos são necessários para estabelecer com segurança que o consumo de alimentos ricos em vitamina D ou suplementos podem "retardar ou até prevenir" o início do Mal de Alzheimer e de demência.
"Precisamos ter cautela neste estágio inicial, já que os nossos últimos resultados não demonstram que baixos níveis de vitamina D causam demência."
Mas o médico disse também que "os resultados são muito encorajadores" e que mesmo que poucas pessoas possam se beneficiar disso, o impacto sobre a saúde pública poderia ser "enorme", diante do "custo devastador" da demência.
fonte - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140807_vitaminademencia_ebc.shtml
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ALZHEIMER NÃO É UMA PIADA, mas pode ser poesia de vida http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html

terça-feira, 5 de agosto de 2014

SAÚDE MENTAL/DIREITOS HUMANOS - Os pacientes psiquiátricos "esquecidos" no sistema prisional

Pacientes psiquiátricos são reféns de impasse jurídico

Vulneráveis, esquecidos e com o estigma de criminosos, infratores com transtorno mental são vítimas de divergências entre Justiça e Saúde

Sistema Prisional
(imagem - foto colorida de uma grade em azul com pessoas atrás delas, sem distinção de seus rostos, vestindo camisetas, fotografia de Gláucio Dettmar/Agência CNJ)
Josiani V., de 36 anos, ficou isolada em uma cela por 45 dias no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico masculino de Manaus. A dona de casa acusada de tentativa de homicídio foi descoberta em setembro do ano passado entre os 27 internos da unidade durante inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Depois disso, juízes determinaram que ela recebesse tratamento psiquiátrico em um estabelecimento adequado. Mas, em apenas um mês, os autos de insanidade mental foram arquivados: um novo laudo médico apontou que a paciente não sofria de distúrbios psiquiátricos. Ela foi transferida para uma cadeia pública.
Assim como Josiani, pessoas com transtornos mentais que cometeram algum tipo de crime no Brasil são reféns das diferentes interpretações da legislação. Pela falta de coordenação entre órgãos oficiais, infratores com problemas psiquiátricos acabam recebendo tratamento degradante em prisões, manicômios judiciários e na rede pública de saúde.
O cumprimento de medidas de segurança – decisões judiciais que preveem internação a pacientes em conflito com a lei – é o principal ponto de divergência.
O CNJ recomenda aos juízes que a medida seja cumprida na rede pública de saúde, como em residências terapêuticas e unidades do Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Mas, como o assunto é tratado no Código Penal e na Lei de Execuções Penais, a maioria dos magistrados interpreta que os pacientes devem ser enviados ao sistema penitenciário, em particular aos manicômios judiciários, espécies de hospital-presídio.
De forma generalizada, o tipo de tratamento dado a esses infratores não está condicionado ao quadro clínico deles, mas ao crime que cometeram.
"Temos uma cadeia que não funciona. Deveria prevalecer a lógica do atendimento médico, não a da periculosidade", defende Jefferson Aparecido Dias, integrante da Comissão sobre Pessoas com Transtorno Mental em Conflito com a Lei da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
Reféns
Uma portaria publicada em janeiro pelo Ministério da Saúde estabelece que cabe ao Sistema Único de Saúde (SUS) acompanhar as medidas terapêuticas aplicadas a infratores com problemas psiquiátricos. O ministério admite que os manicômios judiciários são como prisões.
"O espaço não é adequado para a recuperação. Os pacientes ficam atrás das grades. Não são hospitais de fato. Na verdade, são nada mais do que uma unidade prisional", disse à DW Marden Marques, coordenador de Saúde no Sistema Prisional do Ministério da Saúde.
A adesão dos estados à nova política de tratamento a esses infratores, no entanto, é voluntária. Apenas Goiás e Minas Gerais possuem programas específicos para acompanhá-los. Rondônia, Espírito Santo e Maranhão estão começando a implementar medidas de humanização.
"A ideia é andar em consonância com a reforma psiquiátrica e extinguir aos poucos os espaços manicomiais. Essa política também inclui atender quem está no presídio", explica Marques.
Mesmo com a edição da portaria, o Brasil ainda está longe de oferecer atendimento humanizado a infratores em unidades de saúde. Segundo o CNJ, a rede pública de assistência mental oferece resistência em recebê-los.
"É difícil convencer a rede de saúde a tratar o paciente judiciário, especialmente os que cometeram crimes graves. Os profissionais que lidam com essas pessoas tentam de qualquer forma escapar dos loucos considerados 'piores'. A tendência é querer que essas pessoas fiquem no sistema prisional, especialmente nos manicômios judiciários", afirma o juiz Douglas Martins, supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ.
No início de maio, uma inspeção do órgão no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, identificou um detento que come vidro e joga fezes nos demais presos. O rapaz com claros transtornos mentais já passou por vários exames, mas mesmo assim a perícia atesta que ele não possui problemas psiquiátricos. Ele permanece preso.
Segundo o Ministério da Saúde, é possível que "alguns profissionais" ofereçam resistência e, por isso, a equipe deve sensibilizá-los a atender o paciente judiciário de forma adequada.
Alternativas
Apesar da estrutura existente em Goiás e Minas Gerais para tratar loucos infratores no sistema de saúde, eles ainda dividem celas com presos comuns nos dois estados. Ao menos 104 pessoas que não podem aguardar a sentença em liberdade ou que desenvolveram transtornos psiquiátricos dentro da cadeia estão no sistema prisional mineiro. Em Goiás, são 24.
A ideia dos programas é ir na contramão dos manicômios judiciários e acompanhar a aplicação das medidas de segurança na rede de saúde. Goiás já extinguiu todas as unidades de custódia.
Mesmo que ainda não haja sentença, os pacientes são inseridos nos programas desde o início do processo judicial e são encaminhados a serviços públicos de saúde. Para os que estão atrás das grades, o tratamento ocorre dentro da prisão.
"A ação se orienta não pelo crime cometido, mas pela possibilidade de o paciente responder pelo ato que praticou em condições de ampliação de laços sociais, e não de restrição da sua liberdade", explica Fernanda Otoni, coordenadora do Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário (PAI-PJ) de Minas Gerais. O projeto, pioneiro no país, começou em 2000 em Belo Horizonte e foi ampliado para o interior mineiro dez anos depois.
O índice de reincidência entre os pacientes acompanhados em Minas é de 1,4% em crimes como furto, ameaça, roubo e participação no tráfico de drogas. Desde o início do programa, Goiás registrou apenas um caso de reincidência grave.
"Existe um pré-conceito de que o doente mental é perigoso e que, se ele cometeu um delito, tem de ser excluído do convívio social. Isso é uma falácia", opina Maria Aparecida Diniz, coordenadora do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili) de Goiás.
Segundo o defensor público Marcelo Carneiro Novaes, antes de ser infrator, o paciente em conflito com a lei tem todos os direitos previstos na lei de assistência mental.
"Na prática, o Judiciário usurpa e viola a lei nacional. Com a medida de segurança, o louco infrator precisa ser encaminhado para a rede pública de saúde. Esse é o entendimento mais coerente", defende.
Luta antimanicomial
Nos últimos 11 anos, o número de leitos em hospitais psiquiátricos caiu 44%. Atualmente, são 27.766 leitos no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
Como parte da reforma psiquiátrica, o ministério decidiu reduzir as vagas nos hospitais especializados, devido ao estigma de precariedade dos antigos manicômios, e aumentou em cem vezes a capacidade dos Caps.
Para o médico Quirino Cordeiro, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, o governo federal tem uma política irresponsável nessa área. "Tem-se observado um fechamento indiscriminado de leitos em hospitais psiquiátricos sem se oferecer uma contrapartida para o tratamento extra-hospitalar. Em situações agudas a internação é extremamente necessária para a proteção do próprio paciente", avalia.
O Ministério da Saúde afirma que, nos Caps, o paciente recebe "atendimento próximo da família, assistência médica e cuidado terapêutico" e o que o local prevê internação "quando há orientação médica".
Para o juiz Douglas Martins, do CNJ, as instituições envolvidas na questão precisam refletir sobre o tema. Segundo ele, quando o paciente cumpre a medida de segurança e a Justiça concede alvará para que ele volte para casa, a família pode não querer receber. Também é necessário suporte psicológico aos familiares.
O problema envolve de ponta a ponta Estado e sociedade. "Para se cumprir a Política Manicomial também é preciso mudar uma cultura. Quando não há família, a rede de assistência social precisa receber essas pessoas. Nada disso funciona bem. Essa é a realidade: não há estrutura para que a lei seja cumprida."     Autoria Karina Gomes
FONTE -  Deutsche Welle — http://www.cartacapital.com.br/sociedade/pacientes-psiquiatricos-sao-refens-de-impasse-juridico-541.html?utm_content=buffer393ff&utm_medium=social&utm_source=plus.google.com&utm_campaign=buffer
LEIAM TAMBÉM NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET SOBRE SAÚDE MENTAL - 

SAÚDE MENTAL: quando a Bioética se encontra com a Resiliência. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/10/saude-mental-quando-bioetica-se_11.html

ACESSIBILIDADE/INTERNET - Abertas inscrições para Prêmio de Acessibilidade na Web

W3C Brasil abre inscrições para o Prêmio de Acessibilidade na Web

Terceira edição do prêmio Todos@Web reconhece iniciativas que favorecem a quebra de barreiras de acesso à web por pessoas com deficiência
(imagem - uma representação da matéria com o símbolo universal de pessoas com deficiência física em azul, ao centro, com um círculo ao redor onde são combinadas as cores vermelho, verde, rosa, azul claro, azul escuro, amarelo, formando uma ''estrela'' de sete pontas)
Se você promove um trabalho de fomento e incentivo à acessibilidade na web no Brasil, ou fez um website que não cria barreiras de acesso para pessoas com deficiência, ou desenvolveu uma aplicação que torna possível pessoas com deficiência navegarem na web, inscreva-se na 3ª edição do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web – Todos@Web.
Promovido pelo escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C), instalado na sede do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o prêmio busca conscientizar desenvolvedores e reconhecer ações que visam dar acesso de pessoas com deficiências à web.
O Brasil possui hoje mais de 40 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo o censo do IBGE de 2010. Elas potencialmente enfrentam dificuldades para navegar em sites web, uma vez que a maioria deles não leva em conta potenciais dificuldades de acesso da parte do usuário e, por conta disso, reforçam a exclusão digital.
"O objetivo do prêmio é fomentar e conscientizar sobre a importância da acessibilidade na web e o desenvolvimento de sites que não criam barreiras para pessoas com deficiências temporárias ou permanentes", ressalta Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento web do W3C Brasil.
As inscrições ao prêmio são  gratuitas e estão abertas até o dia 30 de setembro através do site: http://premio.w3c.br/inscricoes/.
Um grupo formado por especialistas em acessibilidade, usabilidade, desenvolvimento web, representantes de instituições de auxílio a pessoas com deficiência, representantes de governos Federal, Estadual e Municipal e pessoas com deficiência avaliarão todas as inscrições válidas antes de selecionar os finalistas. Aqueles que apresentarem os melhores trabalhos serão notificados pelos jurados para que possam promover eventuais melhorias em seus projetos.
Na cerimônia de premiação, prevista para o dia 4 de dezembro em São Paulo – na semana do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência –, os finalistas apresentarão os trabalhos para os jurados, que escolherão os vencedores.
Qualquer brasileiro com mais de 18 anos de idade, residente no Brasil, com situação regular e que possua projetos digitais voltados para a acessibilidade na web podem se inscrever. Os detalhes sobre a premiação e os critérios de seleção estão disponíveis no regulamento:http://premio.w3c.br/regulamento/.
fonte 0http://idgnow.com.br/internet/2014/08/04/w3c-brasil-abre-inscricoes-para-o-premio-de-acessibilidade-na-web/

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CEGOS/TECNOLOGIA ASSISTIVA - Estudante da Patagônia cria aparelho que converte cor em sons para cegos

Jovem cria aparelho que ajuda cegos a identificarem cores

Apablaza desenvolveu um dispositivo portátil e de baixo custo que converte a cor (um conceito abstrato)

*imagem - foto colorida de um jovem, Mathias Apablaza, sentado junto um computador, uma tela e uma impressora, à sua direita, vestindo uma camiseta amarela de manga longa - fotografia da reportagem 

Matías Apablaza, 15, é um estudante do Instituto Tecnológico del Comahue, da cidade de Neuquén, na Patagônia. O adolescente, que é fã do inventor Nikola Tesla e dos físicos Albert Einstein, Isaac Newton e Max Planck, criou um equipamento que pode ajudar pessoas cegas a "enxergar" cores. 

Apablaza desenvolveu um dispositivo portátil e de baixo custo que converte a cor (um conceito abstrato) em sons associados. Cada cor seria representada por um som diferente.

O adolescente, que aprendeu a programar por conta própria vendo vídeos na internet desde os 9 anos de idade, buscou inspiração nos deficientes visuais de uma instituição que realiza trabalhos de macramé (técnica de tecer fios) e têm dificuldade para reconhecer as cores das linhas usadas. Os deficientes contaram a Matías Apablaza que os dispositivos existentes que distinguiam as cores eram muito caros e, portanto, inacessíveis para a instituição.

O jovem procurou então criar um equipamento pequeno, que coubesse no bolso da calça, e que fosse fácil de usar. Ele considerou ainda a possibilidade de alguns smartphones realizarem a conversão de cores para sons, tornando a máquina acessível a todos.

A invenção lhe valeu o primeiro lugar na primeira edição argentina do concurso da Feira de Ciência do Google. Com o prêmio no valor de US$ 1.000 (cerca de R$ 2.246), Matías Apablaza pretende aprimorar seu dispositivo.

No dia 22 de setembro, um vencedor global entre um grupo de 15 finalistas escolhidos, cujos nomes serão anunciados em agosto, será premiado com US$ 50.000, uma viagem para as Ilhas Galápagos e experiência no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), no Google e no Grupo LEGO, além do livre acesso durante um ano aos arquivos digitais da "Scientific American" para a escola do vencedor.
fonte - http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=6&cid=205396