segunda-feira, 29 de setembro de 2014

ALZHEIMER/PESQUISAS - Pessoas vivendo com Alzheimer mantêm suas emoções

Mesmo sem memória, paciente de Alzheimer mantém emoções

A constatação é da Universidade de Iowa, nos EUA
(imagem - foto colorida da matéria, com um neurocirurgião examinando através de um aparelho uma neuroimagem do cérebro, fotografia AFP)
Manaus - Os pacientes com Alzheimer podem sentir emoções mesmo quando se esquecem do motivo que as causou por causa da doença, afirmou Edmarie Guzmán-Vélez, que comandou uma pesquisa sobre o tema publicada na revista ‘Cognitive and Behavioral Neurology’.
O estudo assinala que, apesar de os pacientes não conseguirem se lembrar de uma visita recente de um ente querido ou que não receberam os cuidados devidos, essas ações podem ter um impacto em seus sentimentos.
Em entrevista, Edmarie destacou que é importante que familiares e cuidadores aprendam a se comunicar com o paciente com Alzheimer para fazer com que sintam emoções positivas.
“Talvez o paciente não se lembre do motivo que o levou a comer seu prato favorito, mas esse momento de felicidade, esse sentimento positivo vai continuar em sua mente”, garantiu Edmarie, autora principal do estudo e doutoranda em psicologia clínica na Universidade de Iowa (EUA).
“Por outro lado, se acontece alguma coisa que o faça se sentir triste, esse sentimento vai permanecer durante um tempo, o que significa que é extremamente importante que nos dediquemos a tentar induzir emoções positivas e minimizar o máximo possível as emoções negativas”, acrescentou.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Iowa mostrou para 17 pessoas sem a doença e a 17 com o mal de Alzheimer fragmentos de filmes tristes e alegres, que resultaram em emoções como risos e lágrimas. Cerca de cinco minutos depois, os pesquisadores entregaram aos participantes um teste de memória para ver se conseguiam se lembrar do que tinham visto.
Como era de se esperar, os pacientes com Alzheimer guardaram significativamente menos informação sobre os filmes. De fato, quatro deles foram incapazes de se lembrar de qualquer informação sobre os filmes e um sequer se recordou que tinha visto um filme.
No entanto, os pacientes mantiveram o sentimento de alegria ou tristeza por um período de até 30 minutos depois de terem assistido o filme.
“Isso confirma que a vida emocional de um paciente com Alzheimer está viva”, afirmou a investigadora, que destacou as implicações diretas que têm suas descobertas para ensinar os cuidadores a melhorar o tratamento com os pacientes.
Para Edmarie, as visitas frequentes, as interações sociais, o exercício físico, a música, a dança e as brincadeiras “são coisas simples que podem ter um impacto emocional durável na qualidade de vida de um paciente e no seu bem-estar subjetivo”.
Estima-se que nos Estados Unidos o mal de Alzheimer afetará 16 milhões de pessoas em 2050, sem que tenha sido descoberto, até o momento, um medicamento para prevenir ou influenciar o desenvolvimento progressivo desse tipo de doença neurodegenerativa.
Edmarie conduziu o estudo com Daniel Tranel, professor de neurologia e psicologia da Universidade de Iowa, e Justin Feinstein, professor assistente na Universidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, e do Laureate Institute for Brain Research.
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, mais de 35 milhões de pessoas no mundo têm a doença que afeta e gera demência ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Só no Brasil, são cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
O mal de Alzheimer atinge principalmente idosos a partir dos 55 anos de idade e leva a problemas sérios, incluindo dificuldade em se realizar atividades básicas do dia a dia. A doença ainda é marcada pela falta de conhecimento e pela crença de que alguns sintomas são naturais do processo do envelhecimento.
Teste de sangue identifica proteínas que causam doença
A novidade ganhou as manchetes da respeitada revista científica Alzheimer’s & Dementia: um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, criou um teste de sangue, tão simples quanto o do colesterol, capaz de identificar um conjunto de proteínas no sangue que pode antever o surgimento da demência com 87% de precisão.
Os resultados do estudo, realizado com mais de mil pessoas, serão usados para aprimorar os testes com novos medicamentos.
Apesar do grande avanço para compreender o mal, que afeta mais de 40 milhões de pessoas em todo mundo, parte da classe científica tem questionado o valor desse tipo de exame, já que o tratamento para a doença ainda não foi descoberto. Basta imaginar a reação de uma pessoa cujo diagnóstico foi positivo e que pouco pode fazer para melhorar seu estado nos anos que lhe sobram de vida. Algo que só tende a piorar com o tempo.
O mal de Alzheimer é uma forma de demência decorrente da degeneração e morte das células cerebrais e seus sintomas mais frequentes são enfraquecimento da memória e do processo cognitivo, aquele relacionado à aprendizagem.
Ele se manifesta com maior frequência a partir dos 65 anos. A boa notícia, no entanto, é que a prevenção, como tudo que diz respeito à saúde, é um caminho promissor para manter as funções cerebrais e corporais azeitadas.
Afinal, não se pode esquecer, que sempre é tempo de fazer mudanças cotidianas para garantir uma boa qualidade de vida, segundo recomendam cientistas que pesquisam a doença.
fonte - http://new.d24am.com/noticias/saude/mesmo-memoria-paciente-alzheimer-mantem-emocoes/120714

terça-feira, 23 de setembro de 2014

EDUCAÇÃO INCLUSIVA/SÍNDROME DE DOWN - Jovem gaúcha e personagem de documentário dá exemplo de inclusão escolar

Renata, uma história de inclusão

das crianças com síndrome de Down na escola

Jovem sonha em ser atriz e já é uma das estrelas de um documentário sobre inclusão
imagem - foto colorida da jobem Renata, de óculos, e com um sorriso de quem soube superar preconceitos e barreiras com os estímulos da quebra de paradigmas na sua educação, hoje um exemplo para outras pessoas em sua cidade. (divulgação)
Personagem principal do documentário Outro Olhar, que será lançado nesta terça-feira (23), a gaúcha Renata Basso, de 19 anos, é uma das poucas jovens com síndrome de Down de Santa Maria, Rio Grande do Sul, que se formou no ensino médio depois de estudar em escolas públicas a vida toda. 
Retratando os desafios da educação inclusiva no País, o filme que ela protagoniza mostra como Renata quebrou paradigmas em sua cidade e se tornou um exemplo para outras crianças com necessidades especiais.
— Entrei em uma escola pública quando tinha seis anos. Nunca frequentei outro tipo de colégio. A primeira lembrança que tenho é que me dava muito bem com as minhas amigas, nunca me senti excluída.
Roseane Basso, irmã da jovem, contou que a família foi aconselhada a incluir Renata em atividades com outras crianças que não tinham necessidades especiais.
— Minha mãe foi aconselhada por  um grupo de professoras da Universidade Federal de Santa Maria a colocá-la em uma escola pública. A universidade ofereceu acompanhamento especial para Renata durante todo o ensino fundamental. 
Renata  foi alfabetizada aos oito anos e acompanhava bem a turma, mesmo assim, conta que o ensino médio foi um período especialmente desgastante. Na mudança de escola, a jovem perdeu o acompanhamento especial e teve que lidar com outros desafios. 
A escola era muito grande e eu imaginava que não conseguiria fazer muitos amigos, mas pedi para entrar nos grupos e consegui. Tinha algumas aulas que eu não era capaz de acompanhar bem, mas outras, como biologia, eram bem legais porque a professora explicava tudo bem explicadinho para mim.
Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que patrocinou o filme, comenta que o desafio da educação inclusiva no ensino médio é ainda maior do que na etapa do fundamental.
Segundo ele, inadequação da estrutura atual da escola, voltada para um ideal de aluno e não para atender à singularidade de cada um deles, vai desde o currículo até a infraestrutura e arquitetura da escola, passando pela formação de professores e gestores.
— A educação inclusiva nos obriga a repensar o ensino como um todo. No que se refere ao currículo, precisamos pensar o que é necessário que as crianças e jovens aprendam para a vida. Além disso, são necessárias políticas públicas para formação dos professores e para apoiar os gestores e as famílias para a garantia da educação inclusiva nas escolas públicas.
O Colégio Estadual Coronel Pilar, onde Renata estudou, se tornou referência em educação inclusiva.  Em 1993 a instituição recebeu o primeiro aluno cego em uma classe de ensino regular, reconheceu a importância social e aceitou o desafio pedagógico de ter salas de aula mais plurais quando tais práticas ainda eram absolutamente incipientes e experimentais na educação brasileira.
Outro Olhar

A apresentação do documentário acontece às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. O evento também terá um debate, que contará com a participação de Henriques, do diretor geral do Instituto Rodrigo Mendes, Rodrigo Mendes e de Liliane Garcez, mestre em educação e assessora especial da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo.
fonte - http://noticias.r7.com/educacao/renata-uma-historia-de-inclusao-das-criancas-com-sindrome-de-down-na-escola-23092014
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CARTA A UM JOVEM COM SÍNDROME DE DOWN NA UNIVERSIDADE http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/carta-um-jovem-com-sindrome-de-down-na.html

terça-feira, 16 de setembro de 2014

ONU/CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - em 150 países e Decreto no Brasil

Convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência chega ao marco de 150 países

Cerca de um bilhão de pessoas no mundo sofrem com algum tipo de deficiência. Foto: Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (Creative Commons)
(imagem - foto colorida da matéria com uma criança, uma menina que tem ao colo outra criança, com paralisia cerebral, em uma cadeira de rodas, sendo apoiada e levada por outra criança, um menino, Foto: Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (Creative Commons)
Guiana é o 150º país a ratificar a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que estabelece obrigações aos Estados Partes para promover, proteger e garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência, bem como a igualdade dos direitos em todas as áreas da vida.
A adesão do país é um marco importante para a Convenção, que está vigor desde 2008 e tem sido aceita rapidamente por vários países.
A ratificação do 150º país é uma prova do compromisso da comunidade internacional para promover e proteger os direitos humanos das pessoas com deficiência”, disse a presidente do Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD), Maria Soledad Cisternas Reyes, que pediu aos países que ainda vão ratificar para que o faça. A ratificação do Brasil ocorreu em agosto de 2008.
Segundo Reyes, a Convenção tem sido ratificada em todas as regiões e culturas do mundo e está a caminho de se tornar universalmente reconhecida. Além disso, a rápida e ampla aprovação pelos países destaca o progresso em relação à consciência de que as pessoas com deficiência sofrem graves lacunas no gozo dos seus direitos e que estas lacunas precisam ser abordadas.
FONTE - http://www.onu.org.br/convencao-da-onu-sobre-direitos-das-pessoas-com-deficiencia-chega-ao-marco-de-150-paises/
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PARA ALÉM DO PRECONCEITO - A Convenção, Cidadania e Dignidade http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/12/para-alem-do-preconceito-convencao.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

MEDICALIZAÇÃO/DEMÊNCIA - Estudo associa uso de benzodiazepínicos com ALZHEIMER

Pesquisa associa uso de remédios para dormir e ansiedade à demência

Usar comprimidos contra ansiedade e distúrbios do sono durante períodos prolongados pode aumentar em até 51% o risco de desenvolver o Mal de Alzheimer
Comprimidos (Getty)
(imagem - foto da matéria com um pote de vidro que derrama milhares de cápsulas e comprimidos sobre um fundo escuro, com cores as mais variadas e combinações também)

Uma pesquisa franco-canadense publicada na revista médica BMJcomparou 2 mil pacientes com a doença com 7 mil pessoas saudáveis em Quebec, no Canadá.

Todos tinham mais de 66 anos e tomavam remédios à base de benzodiazepina.
Aqueles que usaram os medicamentos por pelo menos três meses apresentaram maiores chances de sofrer de demência.
Os pesquisadores dizem, entretanto, que o estudo não deve ser considerado como prova definitiva deste vínculo, mas que serve de alerta.

'Saúde pública'

"O uso prolongado e injustificado dessas drogas (benzodiazepinas) deve ser considerado um preocupação de saúde pública", escreveu Sophie Billioti de Gage, da Universidade de Bordeaux, na França, que coordenou a pesquisa.
Outros especialistas dizem que a pesquisa não estabeleceu o motivo para a relação entre os remédios e a doença.
"Uma das limitações do estudo é que as benzodiazepinas tratam justamente sintomas que podem ser indicadores do início do Mal de Alzheimer, como ansiedade e distúrbios do sono", disse à BBC Eric Karran, diretor de pesquisas da organização não-governamental Alzheimer's Research UK.
Esta opinião coincide com a de outro especialista, Guy Goodwin, da Faculdade Europeia de Neurofarmacologia.
Já o principal pesquisador da instituição britânica Alzheimer's Society, James Pickett, afirmou que as descobertas são preocupantes, já que só na Grã-Bretanha 1,5 milhão de pessoas são tratadas por benzodiazepinas.
As regras do sistema público de saúde britânico, o NHS, estipulam o uso dos medicamentos por um período de oito e doze semanas.
Especialistas vêm pedindo uma melhor observação dos efeitos colaterais do uso de benzodiazepinas, especialmente entre adultos com mais idade.
FONTE - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140910_pilulasalzheimer_ebc.shtml
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ALZHEIMER NÃO É UMA PIADA, mas pode ser poesia de vida http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ALZHEIMER/PESQUISAS - Médica da Clínica Mayo traz respostas importantes sobre o avanço da doença

DOENÇA DE ALZHEIMER - Impacto da doença cresce
em todo o mundo, com o aumento da longevidade.


Pesquisa avança, mas ainda não tem a resposta para a cura.
Estima-se que a doença afete mais de 115 milhões de pessoas até 2050.

(imagem - do meu blog InfoAtivoDefNet - 
uma foto da primeira mulher diagnosticada pelo médico que deu o nome à doença, Alzheimer. 
É uma foto cuja descrição não atingirá a força de sua gravidade e sofrimento,
 feita há mais de um século, da Sra. August D.)

Cientistas de todo o mundo lutam para encontrar uma cura para a doença de Alzheimer,
muito temida, que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo, em consequência do aumento
da expectativa de vida da população;
 Quanto mais velha, maior o risco de uma pessoa sofrer dessa patologia que afeta o cérebro,
 “apagando as recordações”
e que condena o paciente, bem como sua família, a uma deterioração devastadora e
 inevitável da qualidade de vida.

Até hoje, a medicina conhece as causas desse tipo de demência, porém não conseguiu
descobrir a cura. As estatísticas indicam que aproximadamente 44 milhões de pessoas
convivem com a demência em todo o mundo, número que,
segundo se estima, aumentará para cerca de 115 milhões até o ano 2050.
Por isso, já se faz referência à Alzheimer como uma epidemia mundial.
No entanto, os avanços na pesquisa estão produzindo informações novas e promissoras
sobre a origem do problema e trazendo esperanças de se poder detectar a doença em
estágios mais precoces, como também definir formas mais específicas de tratá-la.

Pesquisadores da Clínica Mayo, de Jacksonville, Flórida, divulgaramrecentemente os
resultados de um amplo estudo realizado em centenas de genes, com mais de
700 amostras de tecidos cerebrais de pacientes com a doença de Alzheimer ou
outros distúrbios neurodegenerativos.
A médica Minerva Carrasquillo, uma das participantes dessa pesquisa, explica o
avanço da doença de Alzheimer e as novas ferramentas para combatê-la à
disposição da ciência. Acompanhe sua entrevista:

Se a ciência já definiu que a doença de Alzheimer decorre de um acúmulo no cérebro
da proteína beta-amilóide e da proteína tau.
Por que tem sido tão difícil encontrar uma droga que cure e previna a doença –
 ou mesmo uma vacina?

A evidência obtida até hoje indica que a patologia da doença de Alzheimer se inicia
com o acúmulo da proteína beta-amilóide, o que resulta em uma cascata de eventos,
que terminam com a destruição de neurônios, em regiões do cérebro essenciais
para a preservação da memória e das funções cognitivas. Ainda que os tratamentos
 já desenvolvidos para reduzir o acúmulo dessa proteína tenham apresentado
 efeito colaterais, temos feito progresso nas tentativas de eliminá-los.
A maior dificuldade tem sido encontrar drogas que possam cruzar a
barreira hematoencefálica (barreira entre o sangue e o cérebro) e que não produzam
efeitos colaterais sérios. Porém, quanto mais aprendemos sobre os
 fatores genéticos e ambientais, que aumentam o risco de
desenvolvimento da doença de Alzheimer, mais aumentamos o
 armamento para combater essa doença.

Em que porcentagem a herança genética influencia na neurodegeneração,
 em comparação com a idade avançada e com fatores ambientais de risco?

Estudos epidemiológicos que compararam a relação da Alzheimer
entre gêmeos idênticos (univitelinos) e gêmeos fraternos (bivitelinos)
estimaram que o componente genético dessa doença oscila entre 58% e 79%.
Portanto, não há dúvida de que os genes exercem um papel muito
importante no desenvolvimento da neurodegeneração.
Porém, esses estudos também demonstraram que os fatores ambientais
contribuem em uma percentagem significativa para o desenvolvimento da doença.
Por isso, devem ser estudados, a fim de se determinar se podem ser
modificados a ponto de diminuir, significativamente, os efeitos dos riscos genéticos.
Embora ainda não se tenha avaliada a porcentagem de risco oriundo especificamente
do envelhecimento, sabe-se que a idade avançada também aumenta a deterioração
do cérebro, o que, pelo que sabemos, intensifica os efeitos adversos dos
fatores genéticos que contribuem para o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.
Por isso, o estudo de fatores que influenciam na longevidade também pode
contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para a doença de Alzheimer.

As pessoas que têm antecedentes familiares da doença de Alzheimer
contam com alguma forma de prevenção de seu desenvolvimento?

Não. Ainda não se encontrou um tratamento para a prevenção do
desenvolvimento dessa doença.

Atualmente, o mercado farmacêutico oferece medicamentos indicados para
 retardar a progressão dessa doença, quando é diagnosticada.
Quais têm sido os resultados conseguidos com o uso desses medicamentos,
considerando seus altos custos?

Os medicamentos disponíveis atualmente apenas diminuem a progressão
dos sintomas e, infelizmente, o benefício é, com frequência, imperceptível.
Por isso, há tanta urgência em descobrir melhores tratamentos.

Qual a diferença entre o estudo recente da Clínica Mayo em comparação
 com os estudos realizados anteriormente, tanto na Mayo como em outras instituições?

Até há pouco tempo, a maioria dos estudos se concentravam em genes ou
em proteínas com funções relacionadas aos sintomas ou à patologia da doença.
Nos últimos cinco anos, estudos do genoma identificaram 20 variantes
associadas ao risco do desenvolvimento da doença de Alzheimer.
No entanto, ainda não se sabe exatamente qual é a função dessas variantes.
Portanto, o enfoque de nosso estudo mais recente se concentra
em determinar se essas novas variantes causam mudanças na expressão genética no cérebro.

Qual é o principal mérito dos resultados obtidos?

Graças ao grande número de amostras de tecido de autópsia cerebral
 que foram doadas à Clínica Mayo para a pesquisa de doenças neurodegenerativas,
 temos capacidade estatística suficiente para detectar associações
de variantes com níveis de expressão de genes específicos.
 Os genes que demonstram ser modulados pelas variantes que foram associadas
 ao risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer poderiam
se converter em novos caminhos de intervenções terapêuticas.

De que maneira esse estudo contribui para a possibilidade de desenvolver terapias eficazes?

Nosso estudo está facilitando a identificação dos genes associados à doença
e nos guia para os mecanismos biológicos que contribuem para a doença.
O desenvolvimento de tratamentos eficazes depende do
conhecimento desses mecanismos biológicos.

Há alguma esperança a curto prazo?

Falar de cura tem sido muito difícil até agora. Porém, é preciso manter sempre
a esperança. Milhares de cientistas em todo o mundo trabalham arduamente
 com esse objetivo em mente e, a cada dia, recebemos mais informações
 que nos levam para mais próximos dessa meta.

Na recente Conferência Internacional de Copenhague (julho), foi feita
referência à relação entre a doença de Alzheimer e a perda do olfato.
Essa associação ajudará na detecção mais precoce do problema?

De acordo com os resultados desse estudo, a correlação entre a perda do olfato
e a doença de Alzheimer é significativa, porém não é perfeita.
Por isso, não se pode usá-la para predizer o desenvolvimento dessa doença.
Porém, conforme se especula, será possível utilizá-la em combinação com os
exames já existentes para se poder diagnosticar a doença em pacientes,
antes que eles apresentem todos os sintomas que até agora têm sido
 usados para definir a doença, como, por exemplo, a perda de memória episódica.

Em quanto tempo se poderá aplicar esse conhecimento à prática clínica?
De que depende o desenvolvimento desses testes?

Ainda que o exame de odor, que foi utilizado nesses estudos, seja fácil
 de aplicar e não é caro, é difícil prever quando se poderá utilizar esse
conhecimento, de fato, na prática clínica. Esses estudos ainda estão
em etapas iniciais e requerem confirmação em um grupo maior e independente de pacientes.

Alguns estudos identificaram placas de beta-amilóide na retina de pacientes
 afetados pela doença. Essa é uma descoberta realmente promissora?

De uma forma similar aos estudos sobre a perda de olfato, os estudos que
visualizaram as placas de beta-amilóide no olho concluem que esses exames
poderiam ajudar a diagnosticar a doença de Alzheimer em idade mais precoce,
medir o progresso da doença e as respostas a terapias. De acordo com os pesquisadores
participantes do estudo que visualiza a beta-amilóide no cristalino (a lente dos olhos),
a correlação da densidade de placas na lente com o diagnóstico clínico da doença
de Alzheimer é muito significativa. Porém, ainda são necessários novos estudos
para examinar essa correlação a longo prazo em indivíduos sem demência,
para determinar se, na realidade, esses exames podem ser utilizados para
diagnosticar a doença em idade mais precoce. Esse estudo foi financiado, em parte,
por verbas dos Institutos Nacionais de Saúde e pelo
Centro de Pesquisa da Doença da Alzheimer da Mayo.

Para mais informações sobre tratamento da doença de Alzheimer na
 Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, os interessados devem contatar
 o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000
 ou envie e-mail para intl.mcj@mayo.edu.
 Para mais informações em português, visite www.mayoclinic.org/portuguese/.

Sobre a Mayo Clinic
Completando 150 anos de serviços à humanidade em 2014,
a Mayo é uma das principais clínicas mundiais, dedicada à atenção médica,
 pesquisa e educação para pessoas em todas as etapas da vida.
 Não tem fins lucrativos. Para mais informações,
 acesse150years.mayoclinic.org ou newsnetwork.mayoclinic.org/.

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ALZHEIMER NÃO É UMA PIADA, mas pode ser poesia de vida http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html