sábado, 15 de dezembro de 2018

ALZHEIMER&PESQUISAS - Cientistas descobrem que proteína ligada ao Alzheimer pode ser transmitida

Cientistas descobrem que proteína ligada ao Alzheimer pode ser transmitida

Imagem publicada - uma foto da primeira mulher diagnosticada pelo médico que deu o nome à doença, Alzheimer. É uma foto cuja descrição não atingirá a força de sua gravidade e sofrimento, feita há mais de um século, da Sra. August D.; onde uma mulher de aparência depressiva e decadente, com olhar esvaziado como a sua mente e memória, vestindo uma provável roupa uniforme do Sanatório Municipal para Dementes e Epilépticos de Frankfurt, na Alemanha. É uma foto em cores ciano com uma mulher olhando para baixo, com as mãos entrelaçadas próximas do corpo, que se curva como as rugas que se pronunciam em sua fronte, anunciando um envelhecimento precoce e intensivo que lhe rouba toda vitalidade.

Segundo os autores, o resultado da pesquisa pode ajudar a entender mecanismos ainda obscuros da doença neurodegenerativa


A origem do Alzheimer intriga especialistas. Já se sabe que o acúmulo de proteínas beta-amiloide no cérebro está relacionado ao desenvolvimento da doença neurodegenerativa. Agora, pesquisadores ingleses identificaram indícios de que essa condição pode ser repassada. Eles transplantaram em ratos tecidos cerebrais com placas de beta-amiloide retirados de cadáveres humanos e observaram que a proteína se propagou no cérebro dos animais. Os investigadores deixam claro que o trabalho não mostra que o Alzheimer é transmissível. Na verdade, ajuda a entender possíveis novos mecanismos ligados à doença. Os resultados foram publicados na última edição da revista britânica Nature.

Em 2015, a mesma equipe encontrou evidências da patologia amiloide — o acúmulo da proteína — em pessoas que desenvolveram a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) após tratamentos com o hormônio HGH, extraído de glândulas pituitárias removidas de cadáveres. A técnica era usada na década de 1970 para tratar pessoas com problemas de crescimento.

A hipótese principal da equipe era de que a beta-amiloide foi acidentalmente transmitida aos pacientes por meio desse tratamento médico antigo, desencadeando a CJD. “Nosso estudo anterior descobriu que alguns indivíduos que desenvolveram CJD muitos anos após o tratamento também tinham depósitos no cérebro dessa proteína característica da doença de Alzheimer”, explica, em comunicado, John Collinge, um dos autores do trabalho e pesquisador do Institute of Prion Diseases.

Para o estudo atual, a equipe rastreou alguns lotes de HGH com os quais os pacientes foram tratados e os analisou, confirmando que as amostras ainda tinham níveis significativos de proteínas beta-amiloide. “Nossas descobertas de agora confirmam a suspeita de que esse hormônio realmente contém sementes da proteína beta-amiloide encontrada na doença de Alzheimer e que isso se mantém por muito tempo”, ressalta o autor. O uso de HGH cadavérico foi substituído por hormônio sintético que não carrega o risco de transmitir a CJD.

Em uma segunda etapa, os pesquisadores testaram se esse material era capaz de semear a patologia. Para isso, injetaram amostras dos frascos de hormônio em camundongos geneticamente modificados para serem propensos à patologia beta- amiloide. As cobaias apresentaram patologia no cérebro. Já os grupos de ratos que receberam hormônio de crescimento sintético ou tecido cerebral normal não mostraram o mesmo padrão.

Sem contágio
Segundo os autores, os resultados demonstram que os lotes originais de HGH contêm proteínas beta-amiloide que podem semear patologia amiloide em camundongos, mesmo após décadas de armazenamento, e que certos procedimentos médicos precisam ser mais bem avaliados. “Nós, agora, fornecemos evidências experimentais para apoiar nossa hipótese de que a patologia beta-amiloide pode ser transmitida para pessoas por meio de materiais contaminados. Mas ainda não podemos confirmar se procedimentos médicos ou cirúrgicos já causaram a doença de Alzheimer em si, ou quão comum seria adquirir patologia amiloide dessa maneira”, reforça Collinge.

Os pesquisadores fazem questão de ressaltar que os resultados não mostram um contágio de Alzheimer de pessoa para pessoa. “É muito importante enfatizar que não há nenhuma sugestão em nosso trabalho de que se pode pegar a doença de Alzheimer, ou mesmo a CJD, pelo contato com uma pessoa doente. Nossas descobertas destacam a necessidade de fazer mais pesquisas nessa área”, frisa Collinge.

Otávio Castello, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer na regional do Distrito Federal, acredita que o estudo britânico mostra dados que condizem com suspeitas na área neurológica. “A novidade é que eles conseguiram confirmar essa propagação por meio de animais vivos”, destaca. “Mas isso não quer dizer que a doença seja transmissível, até porque eles não provocaram o Alzheimer nos animais, apenas um dos fatores envolvidos. É importante frisar isso para não criar um alarde.”

O especialista enfatiza que novos dados relacionados ao Alzheimer, como os divulgados pelos cientistas ingleses, são de extrema importância para a área médica. “É uma doença que ainda não tem suas origens bem determinadas, esse é mais um passo para uma maior compreensão dessa enfermidade”, explica.

Em condições excepcionais
“Esse novo trabalho contribui para a discussão em curso das semelhanças entre os mecanismos de distúrbios neurodegenerativos, em particular o Alzheimer e o Parkinson. Ambas as doenças são caracterizadas por proteínas que se espalham pelo cérebro e causam demência. Como visto, a transmissibilidade do amiloide é claramente muito baixa e, portanto, ocorrerá apenas sob condições excepcionais em seres humanos. O tratamento de pacientes com extratos cerebrais humanos é, obviamente, uma dessas condições excepcionais e foi encerrado há mais de 30 anos para evitar esse problema. A segunda via de transmissão possível é via transfusão de sangue. Essa tem sido uma preocupação no campo há algum tempo, e vários estudos usando ratos que foram similarmente geneticamente ‘preparados’ para desenvolver sintomas semelhantes aos do Alzheimer mostraram que essa rota de transmissão é teoricamente possível, mas esses resultados também forneceram evidências reais de que qualquer risco desse tipo é extremamente pequeno. No entanto, vale a pena monitorar esses riscos”.
Bart De Strooper, diretor do Instituto de Pesquisa em Demência no Reino Unido

FONTE - Correio Braziliense http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85652:-a-importancia-do-apoio-paterno-no-tratamento-contra-o-cancer&catid=47:cat-saude&Itemid=328

Leiam também no meu outro blog INFOATIVO DEFNET -  Alzheimer Não é Uma Piada, mas Pode Ser Poesia de Vida https://infoativodefnet.blogspot.com/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html

domingo, 9 de dezembro de 2018

Tecnologia Assistiva & Pessoas com Deficiência - O que é uma interface Cérebro-Máquina?

O que é uma Interface Cérebro-Máquina?

(imagem da matéria - uma mulher com paralisia e impossibilitada de usar as mãos é suplementada para tomar uma garrafa com líquido por um braço e mãos tecnologicamente projetados para ajudá-la nessa ação, que pode ser comandada pela própria pessoa com deficiência) 

À medida que o poder dos computadores modernos cresce ao lado da nossa compreensão do cérebro humano, chegamos cada vez mais perto de tornar realidade algumas coisas que anteriormente só seriam possíveis nos filmes de ficção científica, como controlar máquinas ou computadores com a força da nossa mente. Essa é exatamente a proposta da chamada “Interface Cérebro-Máquina” ou “Interface Cérebro-Computador”, que é uma tecnologia que serve de ponte entre o nosso cérebro e um dispositivo externo.

Uma interface cérebro-máquina tem como base reunir sinais do cérebro, analisá-los e traduzi-los em comandos. Estes comandos são então traduzidos em um sinal enviado para dispositivos periféricos, que por sua vez fornecem a ação desejada. Nos últimos anos, o principal objetivo do desenvolvimento da interface cérebro-máquina tem sido restaurar ou substituir a função motora de pessoas que desenvolveram distúrbios neuromusculares, como esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral, acidente vascular cerebral ou lesão da medula espinhal. Graças à essa tecnologia, os pacientes que sofrem com essas condições podem realizar ações que antes seriam inimagináveis.

Basicamente, existem dois tipos de Interface Cérebro-Máquina: a Invasiva e a Não-Invasiva. Como o nome sugere, uma Interface Cérebro-Máquina Não-Invasiva é aquela que pode funcionar sem a necessidade de procedimentos intrusivos no cérebro, geralmente usando as bases da eletroencefalografia. A eletroencefalografia é um método usado principalmente na área médica que busca analisar a atividade das ondas cerebrais dos pacientes ao anexar vários eletrodos ao couro cabeludo. As vantagens desse tipo de procedimento é que ele é muito mais barato de se trabalhar e não requer tantos cuidados por parte do usuário.

Por outro lado, a Interface Cérebro-Máquina Invasiva envolve a implantação cirúrgica de um dispositivo no crânio do usuário. Nesse caso, é necessária uma cirurgia para a fixação de uma placa de eletrodos na superfície do cérebro para medir a atividade elétrica do córtex cerebral. Este procedimento geralmente é feito sob anestesia geral ou local, a depender do tipo de paciente.
É importante destacar que a Interface Cérebro-Máquina é uma tecnologia de ponta relativamente nova. Por isso, muitas pesquisas ainda estão sendo feitas por várias universidades e grandes corporações, que buscam levá-la a um novo patamar em futuro próximo.
fonte 
-https://www.tricurioso.com/2018/12/08/o-que-e-uma-interface-cerebro-maquina/ 
Leiam também outros textos sobre o tema no meu blog INFOATIVO DEFNET -
SEREMOS,NO FUTURO, CIBORGUES? Para além de nossas deficiências humanas

domingo, 4 de novembro de 2018

ALZHEIMER&AVANÇOS - Pesquisadores criam Mapeamento Esférico Cerebral para diagnosticar a doença de Alzheimer

Pesquisadores criam Mapeamento Esférico Cerebral para diagnosticar a doença de Alzheimer

Pesquisadores criam Mapeamento Esférico Cerebral para diagnosticar a doença de Alzheimer
(Imagem publicada na matéria - um desenho com muitos chips de fundo em azul com um cérebro humano no centro, sendo escaneado por vários cortes tridimensionais)

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Granada projetou uma técnica de processamento de imagens que gera um mapa esférico do cérebro.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Granada projetou uma técnica de processamento de imagem que gera um mapa esférico do cérebro, uma ferramenta que converte a informação em ressonâncias e permite diagnosticar a doença de Alzheimer com 90% de precisão.


Um dos pesquisadores deste projeto do Departamento de Teoria de Sinais, Telemática e Telecomunicações da Universidade de Granada, Francisco Jesús Martínez-Murcia, explicou à Efe que o Mapeamento Esférico Cerebral é uma técnica que permite analisar e visualize imagens médicas de uma maneira sem precedentes até agora.

Esse avanço consistiu no processamento de ressonâncias magnéticas do cérebro e na construção de mapas estatísticos que analisam a textura de cada zona graças aos vetores de coordenadas que permitem selecionar cada voxel - como um pixel, mas volumétrico - em todas as dimensões do cérebro. 

Dessa forma, segundo Martínez-Murcia, um tipo de mapa é gerado em duas dimensões que podem ser implantadas para analisar as texturas e diagnosticar doenças que causam deterioração cognitiva, como a doença de Alzheimer. 

"Uma das novidades é que modifica o método de visualização para os médicos, pois apresenta um mapa mais fácil de interpretar que os atuais em três dimensões e que mostra texturas e áreas afetadas por esse tipo de doença", afirmou o pesquisador.

Para verificar a eficácia deste mapa cerebral, que permite verificar como os tecidos variam em cada direção ou suas densidades, os pesquisadores analisaram o banco de dados de ressonância de cerca de mil pessoas afetadas pela doença de Alzheimer. 

Esses testes mostraram que a nova técnica de mapeamento permite diagnosticar a doença de Alzheimer com mais de 90% de precisão, pois demonstra a diminuição da densidade tecidual causada pelo processo de neuro degeneração da doença. 

A visualização bidimensional permite a fácil identificação das áreas que mais contribuem para a diferenciação entre pacientes com Alzheimer e indivíduos saudáveis, localizados principalmente em áreas como o hipocampo ou a amígdala.

"Mas talvez ainda mais importante seja o fato de termos alcançado um diagnóstico de 77% em um problema muito mais sério, para prever se pacientes que já sofrem comprometimento cognitivo leve progredirão para estágios mais avançados da doença de Alzheimer ou permanecerão estáveis ​​por vários anos.", ressaltou o pesquisador. 

Essa técnica também possui código aberto e está disponível para download gratuitamente no "github" da equipe de pesquisadores. EFE


LEIA MAIS NO MEU BLOG SOBRE O TEMA - INFOATIVO DEFNET - MÃES, ALZHEIMER E MÚSICA https://infoativodefnet.blogspot.com/2012/05/maes-alzheimer-e-musica.html

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Prematuridade&Pesquisa - Estudo nos EUA liga idade paterna avançada com prematuridade e diabetes gestacional

ESTUDO COM 40 MILHÕES DE BEBÊS NOS ESTADOS UNIDOS ASSOCIA IDADE PATERNA AVANÇADA A MAIOR RISCO DE PARTOS PREMATUROS E DIABETES GESTACIONAL 

A pesquisa, realizada na Universidade de Stanford entre 2007 e 2016, mostrou que bebês recém-nascidos de pais com 45 anos ou mais tiveram 18% a mais de chances de terem convulsões, e 14% a mais de chances de irem para a UTI.


imagem publicada na matéria - um bebê sorrindo.

Depois de uma década de pesquisa, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, associaram a idade paterna avançada a diversos risos para bebês recém-nascidos, com baixo peso, convulsões e chances maiores de nascerem prematuramente.

O estudo considerou todos os registros de bebês nascidos vivos no país entre 2007 e 2016: um total de 40.529.905. Entre o início e o fim da década analisada, a idade média paterna cresceu para 31,2 anos. Do total analisado, 1,2 milhões das crianças tinham pais acima dos 45 anos.

Os recém-nascidos tiveram 14% a mais de chances de irem para UTI(Unidade de Terapia Intensiva), e 18% a mais de terem convulsões se o pai estivesse acima dos 45 anos, em comparação àqueles que tinham pais entre 25 e 34 anos de idade - idade referência do estudo.

''Nós tendemos a olhar fatores maternos quando avaliamos riscos relacionados ao parto, mas esse estudo mostra que ter um bebê saudável é uma tarefa de equipe, a idade do pai também contribui para a saúde do bebê'', explica urologista Michael Einsenberg, professor de Stanford que participou do estudo.

A idade paterna avançada também trouxe efeito negativo para as mães dos bebês. As mulheres que tinham parceiros mais velhos - acima de 55 anos - tiveram 34% de chance de ter diabetes gestacional quando comparadas às que tinham parceiros entre 25 e 34 anos. Quando a idade do pai do bebê ficava entre 45 e 54 anos, o risco de diabetes gestacional era maior.

Antes da pesquisa em Stanford, problemas em bebês já haviam sido associados a alterações no DNA dentro dos espermatozoides em homens de idade avançada. Entre os riscos para a criança estavam o desenvolvimento de autismo, anomalias genéticas e transtornos psiquiátricos, além do câncer. Os mais recentes, no entanto, sugerem também a influência da idade paterna em problemas logo após o nascimento.

"Um número significativo desses resultados negativos poderia ser evitado se pais mais velhos tivessem escolhido ter filhos antes dos 45 anos. Os riscos associados com a idade paterna avançada deveriam ser incluídos em discussões sobre planejamento familiar'' afirmam os pesquisadores. Eles estimam que, no caso de convulsões,um e cada cindo casos poderia ter sido evitado se o pai tivesse menos de 45 anos. Para partos prematuros a proporção é de 13%.

Estudos anteriores já haviam tentado demonstrar a correlação entre a idade paterna avançada e partos prematuros. Na Itália, com uma pesquisa com 1,5 milhão de nascimentos entre 1990 e 1998 mostrou que pais entre 45 e 49 anos tinha um risco alto de ter bebês nascidos antes as 32 semanas quando comparados àqueles com idade entre 25 e 29 anos.

No entanto, um outro, realizado no estado americano de Ohio entre 2006 e 2012 com mais de um milhão de nascimentos, não mostrou associação entre a idade paterna e problemas como parto prematuro ou necessidade de UTI.


terça-feira, 30 de outubro de 2018

AUTISMO&FAKENEWS - Afirmação que vacina causa autismo é falsa *(USP)

Afirmação que vacina causa autismo é falsa

(imagem publicada - da matéria - uma seringa e um frasco de vacina, com uma pessoa usando luvas apropriadas, foto de Osnei Restio- Prefeitura de Nova Odessa)
No primeiro boletim Pílula Farmacêutica desta semana, o assunto é a afirmação do médico britânico Andrew Wakefield, que declarou, em 1998, que a vacina da tríplice viral era causa de autismo. Porém, após a afirmação, estudos desmentiram o britânico.
Mais tarde, foi descoberto que o médico recebeu pagamento de escritórios de advocacia envolvidos em processos contra indústrias farmacêuticas. Então, Wakefield foi criminalmente responsabilizado e teve seu registro médico cassado.
A principal afirmação do médico foi que o conservante timerosal, presente nessa vacina, era o causador do autismo. Contudo, em 2004, um instituto de medicina dos Estados Unidos comprovou que a substância não tem nenhuma relação com a doença.
O boletim Pílula Farmacêutica é apresentado pelos alunos de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com supervisão da professora Regina Célia Garcia de Andrade. Trabalhos técnicos de Luiz Antonio Fontana. Ouça, no link acima, a íntegra do boletim.
Leia também no meu blog INFOATIVO DEFNET -
 Vulneração e Mídia no Cotidiano das Pessoas com Deficiência 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - nova orientação legal

Comitê da ONU sobre Pessoas Com Deficiência publica nova orientação legal

Pessoas com deficiência e suas organizações representativas devem participar de processos públicos de tomada de decisões sobre seus próprios direitos humanos, afirmou o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. O órgão publicou nova orientação legal sobre a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência.
“Nada sobre nós sem nós” tem sido há tempos um mote de movimentos de direitos para pessoas com deficiência. Em seu comentário geral, o Comitê destaca que, quando pessoas com deficiências são consultadas, isto leva a leis, políticas e programas que contribuem para sociedades e ambientes mais inclusivos.
Estudante com deficiência visual em uma universidade em Al-Fashir, Darfur do Norte, no Sudão. Foto: Hamid Abdulsalam/UNAMID
Estudante com deficiência visual em uma universidade em Al-Fashir, Darfur do Norte, no Sudão. Foto: Hamid Abdulsalam/UNAMID
Pessoas com deficiência e suas organizações representativas devem participar de processos públicos de tomada de decisões sobre seus próprios direitos humanos, afirmou neste mês o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
O órgão publicou uma nova orientação legal sobre a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência.
A orientação, emitida em 3 de outubro como comentário geral n.º 7, sustenta o direito de todas as pessoas com deficiência participarem e serem envolvidas em todas as questões relacionadas a elas.
A orientação também esclarece as obrigações de Estados garantirem a participação de pessoas com deficiência, através de suas organizações representativas, na implementação e no monitoramento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em linha com artigos 4(3) e 33(3) deste tratado internacional.
O documento completo está disponível para leitura aqui em sua forma padrão e aqui em formato de leitura simplificada, ambos em inglês. O Comitê emite muitos de seus documentos em formato simplificado, os tornando acessíveis para pessoas com deficiência.
“Estados Parte da Convenção claramente precisam de orientação sobre como e por que participar com organizações de pessoas com deficiência de forma respeitosa e como iguais”, disse Stig Langvad, presidente do Grupo de Trabalho sobre o comentário geral. “Como uma pessoa com deficiência desde 1973, que está ativa em organizações e na vida pública, eu conheço o poder de pessoas com deficiência”, acrescentou.
Nada sobre nós sem nós” tem sido há tempos um mote de movimentos de direitos para pessoas com deficiência. Em seu comentário geral, o Comitê destaca que, quando pessoas com deficiência são consultadas, isto leva a leis, políticas e programas que contribuem para sociedades e ambientes mais inclusivos.
O comentário geral busca ser uma ferramenta vantajosa para fornecer recomendações concretas sobre como se comprometer com consultas com pessoas com deficiência, por meio de suas organizações representativas.
Isto pode incluir desenvolvimento de informações acessíveis sobre processos de tomada de decisões, implementação de metodologias inclusivas e garantias de que organizações de pessoas com deficiência tenham acesso a financiamentos nacionais e internacionais para funcionamento, segundo o Comitê.
O comentário geral também define organizações de pessoas com deficiência e destaca que respeito aos direitos de pessoas com deficiência à liberdade de associação, assembleia pacífica e expressão é essencial para a participação e realização de consultas.

LEIA TAMBÉM NO MEU BLOG - PARA ALÉM DO PRECONCEITO - A CONVENÇÃO, CIDADANIA E DIGNIDADE

https://infoativodefnet.blogspot.com/2010/12/para-alem-do-preconceito-convencao.html

AlzheimereAvanços Laboratório espanhol garante que descobriu como retardar Alzheimer

#AlzheimereAvanços Laboratório espanhol garante que descobriu como retardar Alzheimer


(imagem publicada - na matéria - uma cabeça de ser humano com fundo de várias conexões saindo dela, com um quebra cabeças sendo formado dentro do SNC.)

Farmacêutica revela ter descoberto fórmula que retarda doença cognitiva. Investigação dura há mais de dez anos e foram testados, na última fase, mais de 496 doentes de 41 hospitais de Espanha e dos EUA.
O laboratório espanhol Grifols anunciou esta manhã num congresso de ensaios clínicos, a decorrer em Barcelona, ter encontrado uma fórmula que retarda a doença deAlzheimer a doentes que tenham ainda um diagnóstico moderado.
De acordo com a empresa, o ensaio clínico chamado Ambar, que dura há mais de uma década e que tem sido levado a cabo em Barcelona, Espanha, e nos EUA, revelou resultados muito positivos, demonstrando grande significância estatística.

"Os resultados nos doentes com Alzheimer moderado demonstraram um abrandamento na progressão da doença de 61%, atingindo dois objetivos principais: eficácia estabelecida, melhoria cognitiva, e a capacidade de realizar atividades da vida diária durante os 14 meses de tratamento ", revelou a empresa num comunicado que emitiu e que foi já publicado na comunicação social espanhola.
"No grupo de doentes em estado leve de Alzheimer, os resultados também sugerem uma desaceleração no progresso da doença, embora esta diferença não alcance tanta significância estatística como a anterior", sublinhou a farmacêutica.
A investigação dos catalães demonstrou ser possível estabilizar a progressão da doença neurodegenerativa através da remoção periódica de plasma do doente, utilizando a técnica de plasmaferese, substituindo assim o uso de uma solução de albumina, um processo conhecido como troca de plasma, explicou a empresa.
"Este tratamento baseia-se na hipótese de que a maioria do beta-amilóide, uma proteína que se acumula nos cérebros de pessoas com Alzheimer, circula no plasma ligado à albumina. Ao remover a depuração plasmática do péptido beta-amilóide que seria conseguida a partir do cérebro para o plasma, seria possível limitar o efeito da doença sobre as funções cognitivas", refere a empresa.
"Estes resultados abrem uma nova era no tratamento da doença de Alzheimer. Continuaremos a explorar o potencial das proteínas plasmáticas e da renovação do plasma em estudos posteriores ", disse Víctor Grífols Roura, presidente da Grifols.
"Estamos muito felizes com os resultados tanto pelo progresso que fizemos como pelo que representam para a sociedade".
O projeto Ambar está em estudo há mais de uma década. A última fase contou com a participação de 496 pacientes de 41 hospitais (20 na Espanha e 21 nos Estados Unidos).
Cerca de 50 milhões de pessoas sofrem de demência e cerca de 10 milhões de novos casos são registados a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e a doença de Alzheimer, que é a forma mais comum de demência, é responsável por 60% dos casos.
Em 2050, espera-se que afete 152 milhões de pessoas. Atualmente não há tratamento que possa curar essa patologia ou reverter sua evolução progressiva.
FONTE - https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/laboratorio-espanhol-garante-que-descobriu-como-retardar-alzheimer-10095897.html

domingo, 8 de abril de 2018

Cérebro&Neurônios - Estudo revela geração de novas células cerebrais até os 79 anos

 Estudo revela geração de novas células cerebrais até os 79 anos
Reprodução/Internet (Reprodução/Internet)

Imagem publicada - uma possível rede de neurônios imaginada e desenhada na matéria. Com pontos luminosos que seriam as sinapses dos neurônios se conectando nessa rede neural.

Pessoas de até 79 anos ainda podem gerar novas células cerebrais, disseram pesquisadores americanos nesta quinta-feira, estimulando novos debates entre cientistas sobre se ou quando nossa capacidade mental para de crescer.
O relatório de cientistas da Universidade de Columbia, em Nova York, publicado na revista científica Cell Stem Cell, vai diretamente contra um estudo publicado na revista Nature no mês passado, que não encontrou evidências de que novos neurônios são criados após os 13 anos de idade.
Embora nenhum dos estudos seja visto como a última palavra no assunto, a pesquisa está sendo observada de perto enquanto a população mundial envelhece e os cientistas buscam entender melhor como o cérebro envelhece, em busca de pistas para evitar a demência.
O ponto focal da pesquisa é o hipocampo, o centro do cérebro para aprendizado e memória.
Especificamente, os pesquisadores estão procurando as bases de novas células cerebrais, incluindo células progenitoras, ou células-tronco que eventualmente se tornariam neurônios.
Usando amostras cerebrais autopsiadas de 28 pessoas que morreram subitamente entre 14 e 79 anos, os pesquisadores analisaram "os neurônios recém-formados e o estado dos vasos sanguíneos em todo o hipocampo humano logo após a morte", disse o estudo na Cell Stem Cell.
"Descobrimos que pessoas mais velhas têm uma capacidade semelhante às das pessoas mais jovens de produzir milhares de novos neurônios do hipocampo a partir de células progenitoras", disse a autora principal, Maura Boldrini, professora associada de neurobiologia da Universidade de Columbia.
"Também encontramos volumes equivalentes do hipocampo em todas as idades".
Os resultados sugerem que muitos idosos podem reter suas habilidades cognitivas e emocionais por mais tempo do que se acreditava anteriormente.
No entanto, Boldrini alertou que esses novos neurônios podem ser menos aptos a fazerem novas conexões em pessoas idosas, devido ao envelhecimento dos vasos sanguíneos.
Animais como ratos e macacos tendem a perder a capacidade de gerar novas células cerebrais no hipocampo com a idade.
O modo como o cérebro humano reage ao envelhecimento tem sido controverso, embora a visão amplamente aceita seja que o cérebro humano continua gerando neurônios até a idade adulta, e que esse processo poderia um dia ajudar os cientistas a combaterem a degeneração cerebral ligada à idade.
No mês passado, um estudo liderado por Arturo Alvarez-Buylla, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, encontrou o resultado oposto.
Analisando amostras cerebrais de 59 adultos e crianças, "não encontramos evidências de neurônios jovens ou progenitores divididos de novos neurônios" nos hipocampos de pessoas com mais de 18 anos, disse à AFP quando o estudo foi publicado.
Eles encontraram alguns em crianças entre o nascimento e um ano, "e alguns aos sete e 13 anos de idade", disse.
Esse estudo foi descrito por especialistas como "sério", porque indica que o hipocampo humano é gerado em grande parte durante o desenvolvimento do cérebro fetal.
O laboratório de Alvarez-Buylla reagiu à pesquisa recente em um comunicado, dizendo que eles não estavam convencidos de que a Universidade de Columbia havia encontrado evidências conclusivas de neurogênese adulta.
"Com base nas imagens representativas que eles apresentam, as células que eles chamam de novos neurônios no hipocampo adulto são muito diferentes em forma e aparência do que seria considerado um neurônio jovem em outras espécies", disse a resposta, publicada pelo Los Angeles Times.
Boldrini, por sua vez, disse que sua equipe usou amostras de cérebro congeladas, enquanto os pesquisadores da Califórnia usaram amostras que foram preservadas quimicamente em um processo que pode ter afetado a detecção de novos neurônios.
* AFP